quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Basta já

Basta já. Me pergunto até quando vão deixar que o futebol se transforme em um esporte sem graça. De dez jogos que vejo apenas um agrada. E não me venham dizer que o futebol está assim por falta de talentos, pois esta é uma inverdade que mascara a verdadeira culpa da semgraçensa que hoje leva o nome de futebol.

Bons jogadores continuam existindo, mas não conseguem a afirmação que outrora (até a fatídica derrota de 82) conseguim. Seria praticamente impossível vermos Sócrates em um time de ponta hoje. E isso não significa que Sócrates tenha sido uma farsa, nada disso. Significa apenas que a mentalidade dominante valoriza, primordialmente, o vigor físico e a velocidade. Velocidade aqui entendida como capacidade de correr como um velocista. E, acima de tudo, que não se joga, como outrora, para vencer. O objetivo visível de uma equipe atual é não levar gols.

Então isso leva a que vejamos desfilar pela canarinha inúmeros Ramires, quantos mais em campo mais contente estará o treinador. Dois Ramires nas laterais, mais dois cobrindo as laterais e defendendo o meio de campo e mais um ajudando o meio de campo e puxando o contra-ataque. Essa é a suma felicidade de um treinador atual. Ter cinco Ramires em campo e jogar no contra-ataque.

Pois bem, é assim que joga o Brasil de Mano e nem um placar adverso fará com que ele mude o esquema. É como uma doença degenerativa. Não há cura. Não adianta sonhar.

Ontem Mano optou por Fernandinho no lugar de Ganso e fez com que o veloz jogador atuasse como Ramirez, só que do lado oposto. E o aplicado Fernandinho fez tudo que o treinador pediu.

Como eu queria ver a desordem e mal criação que existia em tempos de Sócrates. Imaginem os jogadores se reunindo e dizendo que o treinador é um cagão e que o certo é o contrário. Manda o cagão pastar. Imagino que Romário faria isso. E eu que detestava a marra e indisciplina do baixinho...

Então podemos esquecer, saindo Mano entrará Muricy e nada mudará. O Brasil continuará cauteloso até contra Honduras ou Afeganistão. Melhor mesmo é aproveitar o tempo que o futebol deixará vago para uma boa leitura ou para a prática do futebol. Pois certamente, daqui a alguns poucos anos, poucos serão os que deixarão de ir ao cinema para ir a uma partida de futebol. O futebol será como a natação, um esporte que só é visto quando vale medalha olímpica.

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