quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

É possível vencer o Barcelona?

É possível vencer esse Barcelona? Claro. Mas como? A maneira mais adequada é jogar como o Barcelona. Mas é possível jogar como o Barcelona sem os craques do Barcelona?

Vamos analisar essa pergunta.

Quem são os craques do Barcelona? Busquets, Pedro, Abidal, Sánchez, Thiago? É um erro imaginar que todos os jogadores do Barcelona são craques.

Em minha modesta opinião, o único craque do Barcelona é o Messi. Tão craque quanto foram Ronaldo, Zico, Maradona ou Pelé.

Talvez Xavi também seja um craque, tão bom quanto foi Falcão, Riquelme ou Alex.

E Iniesta é um bom jogador, mas não melhor do que Sneijder ou Robinho.

Esses três jogadores são a alma do Barcelona, todos os demais são facilmente substituíveis.

Pois bem, não há hoje um jogador tão bom e decisivo quanto Messi. Isso é um fato. Mas Xavis, Iniestas, Busquets e Alves podem ser facilmente adquiridos por um clube como o Real Madrid. O que falta nos grandes clubes de hoje é a coragem de permitir o contra-ataque ao seu oponente.

Mas só é possível vencer esse Barcelona jogando com o mesmo toque de bola? Absolutamente não.

O problema é que tampouco existe hoje um clube que conte com os melhores zagueiros do mundo e seja armado para o contra-ataque a la italiana. O Madrid tem uma dupla de zaga limitadíssima e um Sergio Ramos que é uma mãe. Fora isso, Xabi Alonso, bom voltante, não é um defensor nato. Ou seja, Mourinho joga contra o Barcelona, tentando armar um time defensivo, mas não conta com os jogadores adequados para isso.

Se pode vencer um jogo de futebol jogando feio ou bonito. Daí eu disse anteriormente que a maneira mais adequada era jogar como o Barcelona. Mas também se vence jogando feio.

E o Santos, o que fez e o que poderia ter feito?

O Santos jogou como quem reza uma ave maria e pede pelo impossível. Muricy queria vencer contando com a sorte. Com a sorte de um mal dia de Messi, com um frango de Valdéz, com um erro da arbitragem. Com o esquema que montou, só muita sorte o faria vencer. Entrou com 3 zagueiros que juntos não defedem metade do que defende Thiago Silva sozinho. Ou seja, entrou com dois jogadores a menos. E se jogando com 11 já seria difícil, com 9 ficou impossível. Fora isso, o time optou pelos chutões e por marcar o Barcelona dentro de sua área.

Possivelmente aquele Santos de Dorival que encantou o Brasil no ano passado também perderia para esse Barcelona, mas com certeza faria um jogo melhor e teria mais chances de vencer. Quem sabe Deus não prefira ajudar a quem merece?

domingo, 25 de setembro de 2011

É possível jogar sem zagueiros?

É possível jogar sem zagueiros? Parece que sim. E é isso que demonstrou o Barcelona no seu último jogo, vencido por 5x0.
O Barcelona surpreende a cada temporada e faz com que comecemos a acreditar que o futebol pode retornar ou, inclusive, superar a beleza da década de 60. Seus dois volantes marcadores (Mascherano e Busquets) jogaram na defesa. E três "meias" jogaram como volantes (Xavi, Fábregas e Thiago). O que isso significa?
Significa que essa opinião de que é necessário ter sempre um par de Willians em campo não passa de conversa para boi dormir. Um grande time não precisa ter no meio de campo um Gatuso, um Mascherano ou um Willians. Mascheranos devem jogar na defesa. No meio, joga quem tem bom passe, visão e controle de jogo.
E não pensem que o jogo foi contra qualquer timeco, foi contra o Atlético de Madrid.
Bem, há muito o futebol perdeu o equilíbrio. Zagueiros viraram volantes, volantes viraram atacantes. E o futebol ficou parecido ao rugby, um jogo truncado, tático e nada bonito. É tempo de mudarmos isso.
Treinadores e dirigentes, imitem o Barcelona.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Convocação

Sou contra. Sim sim, sou contra. Não tem cabimento convocar tantos jogadores para "experimentar" na Seleção. Ou é ou não é. Tá certo que futebol é momento, mas não é por jogar bem cinco jogos que alguém deve ser convocado. O momento deve servir para comparar dois jogadores sabidamente bons. Ou seja, entre Dagoberto, Borges, Pato, Nilmar e Kléber, leva o que estiver "momentâneamente" melhor. Mas chamar um jogador que ainda não mostrou nada, que jogou bem meia temporada, é ridículo.

Ou será que tem dinheiro de empresários e patrocinadores no meio...

E mais, Mano precisa formar um elenco e dar tranquilidade para os que fazem parte deste elenco. Se o cara achar que só vai ter uma chance, dificilmente vai render. E isso aconteceu com Douglas, Jadson, Hernandes...

Sou contra.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

É preocupante.

Para que serviu esse amistoso?
Para muito pouco.
Primeiro, Ganso se lesionou e não pudemos ver ele e Ronaldinho juntos.
Segundo, Gana teve um jogador expulso e não pressionou a saída de bola brasileira desde então.
Mas ainda assim podemos tirar algo.
Primeiro, Mano não tem reserva para Ganso. E isso é assustador. Caso não jogue Ganso o Brasil tem o esquema alterado. Elias, por suas características, não deveria ser o reserva de Ganso, mas de Fernandinho. Fernandinho, Elias, Wesley são iguaizinhos, fazem tudo mais ou menos. São mais ou menos velozes, marcam mais ou menos, driblam mais ou menos. Insisto, preferiria ver Robinho jogando mais recuado, mas, pelo menos, eles acertam mais passes que Ramires.
Segundo, Marcelo deve ser o titular. Não temos como compará-lo com André Santos.
Terceiro, Leandro Damião é melhor do que Pato, principalmente para colocar a bola para dentro. Não temos um excelente 9 disponível, mas Damião pode ser aquele jogador referência, que perde poucos gols e se coloca bem. Um Fred que aguenta correr.
E por último, Ronaldinho jogou muito bem, principalmente no segundo tempo, quando foi deslocado para o meio. Agora não vamos nos precipitar e começar a achar que ele é a salvação. Neste jogo, como o Brasil jogou com mais um, Ronaldinho não foi marcado. Teve toda a liberdade para receber, pensar e dar seus lindos passes. Não é que ele foi mal marcado, ele sequer foi marcado. E assim fica fácil para Ronaldinho.
O Brasil mereceu nota 3 enquanto teve igualdade de jogadores e 5 quando ficou com mais um. É preocupante.

domingo, 21 de agosto de 2011

Equilíbrio

Equilíbrio.

Esta é a palavra que marcará este Brasileirão. Temos, pelo menos, oito equipes com a mesma qualidade técnica em seu onze inicial. O Santos tem o melhor onze e, talvez, o melhor elenco. Mas como o Santos parece estar só de passeio neste torneio, podemos afirmar que não está entre os favoritos ao título. O campeão será decidido nos detalhes. As lesões, a sorte ou o bom ambiente farão com que uma destas equipes seja a campeã de 2011.
Muito se falou de Tévez e Seedorf no Corinthians, de Kléber eVágner Love no Flamengo, dos retornos de Robinho, Diego e Kaká, mas tudo ficou na especulação. Nenhuma equipe fez um super time.
Dos times que estão nas primeiras posições, Palmeiras e Vasco devem cair. Das equipes que estão no meio da tabela, Fluminense e Cruzeiro devem subir. Mas, diferente de outros anos, não podemos apontar apenas quatro favoritos.

Ronaldinho.
Ronaldinho é um craque? Não, não é. Ronaldinho merece ser convocado para a Seleção? Sim, merece. Mesmo sem o considerar um craque e mesmo que ele não tenha a arrancada dos tempos do Barcelona, Ronaldinho ainda é um dos melhores jogadores do mundo. Não podemos o comparar com Messi, mas não seria absurdo o comparar com Iniesta, Ozil ou Sneijder. E é difícil imaginar que Ronaldinho não fosse titular da França, Inglaterra ou Itália. Ronaldinho continua sendo um bom jogador, não devemos esquecer isso.

Dagoberto.
Dagoberto não é craque e nunca será, mas tem sim chances de ir para uma Copa do Mundo. Como ele temos 100. Só de passagem podemos falar em Vágner Love, Kléber, Pato e Nilmar. E nenhum deles é pior do que foi Muller. O fato de continuar jogando no São Paulo poderá jogar a seu favor. É isso que muitos jogadores não entendem. Ficar no Brasil em um grande time é mais vantajoso do que se mandar para a Europa para uma equipe de segundo nível. Vágner Love e Nilmar estão cada vez mais distantes da Seleção. Todos são bons atacantes e a visibilidade é o que fará um destes 100 ser o escolhido.

Oscar.
Outra coisa que uma jovem promessa precisa saber é que raramente é vantajoso sair muito novo do Brasil. Um jovem só evolui jogando em uma liga competitiva. Se mandar para ser reserva em um grande time Europeu, como fez Philippe Coutinho, ou jogar em uma liga muito fraca, como fez Giuliano são as piores escolhas para um jovem jogador. Repito, ninguém aprende a jogar olhando. E neste sub20 ficou claro que Coutinho não progrediu, ao contrário de Oscar. E quantas jovens promessas não vingaram por abandonar seu clube prematuramente? Que digam Douglas Costa, Jô ou Carlos Eduardo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Curtas

Seleção Ssub-20

Dois jogadores merecem destaque nesta seleção; Oscar e Casemiro. Oscar é um garoto diferenciado, veloz e com visão de jogo. Tem tudo para ser um jogador decisivo no Internacional. E Casemiro teria tudo para ser um grande frente de zaga. O problema é que, por ter algo de habilidade, vai acabar jogando como segundo volante ou terceiro. Isto fará dele mais um jogador no meio de tantos.

Seleção Principal

Sai a lista de convocados e, como se esperava, Mano volta a chamar Ronaldinho. É provável que chamar Ronaldinho partiu mais da pressão que vem sofrendo do que de sua vontade. Em todo caso, dependendo da sorte, Ronaldinho poderá continuar sendo chamado. E todos dirão que ele é um craque.

Outra mudança significativa foi a ausência de Ramires. Como venho dizendo, esse menino não tem futebol para ser titular da seleção. Caso o Brasil consiga vencer bem os próximos amistosos, Ramires pode dar adeus ao sonho de disputar a próxima Copa.

Por fim Marcelo terá outra chance. Todo mundo sabe que André Santos é limitado, mas ninguém aponta um jogador melhor. Só Marcelo tem certa unanimidade.

E todo mundo sabe que no Brasil, desde Ronaldo, não surgiu um grande atacante. Adriano, por sua força física, bom cabeceio e potência na perna esquerda sempre foi o quase-craque que supriu satisfatoriamente a ausência do fenômeno. Seu problema é o vício. Então fica o vazio, pois Pato nem de longe agrada, é um jogador para o futuro. O problema é que o futuro é incerto. Este é, indubitavelmente, o maior problema de Mano. Bem, não dá para contar com Adriano, pelo menos neste momento.

E olhando bem, poucas são as opções do nosso cauteloso treinador. Meu nome preferido é Leandro Damião. Ele pode ser o quase-craque referência para o ataque brasileiro. E uma coisa é certa, hoje ele joga muito mais bola do que Pato.

Campeonato Brasileiro

O Santos com seu grande elenco está na zona de rabaixamento. Já vi muito treinador ser demitido e chamado de burro pela imprensa por muito menos do que isso. Mas o retranqueiro Muricy está com crédito. Em todo caso, todo mundo sabe que a dupla de zaga santista é limitada. E, por incrível que pareça, o Santos sente a ausência de Zé Eduardo. Isso mesmo, falta um jogador "arisco" para levar a bola em velocidade. Ao invés de o Santos ter contratado tandos bons volantes seria melhor o Santos ter trazido um meia-atacante.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Basta já

Basta já. Me pergunto até quando vão deixar que o futebol se transforme em um esporte sem graça. De dez jogos que vejo apenas um agrada. E não me venham dizer que o futebol está assim por falta de talentos, pois esta é uma inverdade que mascara a verdadeira culpa da semgraçensa que hoje leva o nome de futebol.

Bons jogadores continuam existindo, mas não conseguem a afirmação que outrora (até a fatídica derrota de 82) conseguim. Seria praticamente impossível vermos Sócrates em um time de ponta hoje. E isso não significa que Sócrates tenha sido uma farsa, nada disso. Significa apenas que a mentalidade dominante valoriza, primordialmente, o vigor físico e a velocidade. Velocidade aqui entendida como capacidade de correr como um velocista. E, acima de tudo, que não se joga, como outrora, para vencer. O objetivo visível de uma equipe atual é não levar gols.

Então isso leva a que vejamos desfilar pela canarinha inúmeros Ramires, quantos mais em campo mais contente estará o treinador. Dois Ramires nas laterais, mais dois cobrindo as laterais e defendendo o meio de campo e mais um ajudando o meio de campo e puxando o contra-ataque. Essa é a suma felicidade de um treinador atual. Ter cinco Ramires em campo e jogar no contra-ataque.

Pois bem, é assim que joga o Brasil de Mano e nem um placar adverso fará com que ele mude o esquema. É como uma doença degenerativa. Não há cura. Não adianta sonhar.

Ontem Mano optou por Fernandinho no lugar de Ganso e fez com que o veloz jogador atuasse como Ramirez, só que do lado oposto. E o aplicado Fernandinho fez tudo que o treinador pediu.

Como eu queria ver a desordem e mal criação que existia em tempos de Sócrates. Imaginem os jogadores se reunindo e dizendo que o treinador é um cagão e que o certo é o contrário. Manda o cagão pastar. Imagino que Romário faria isso. E eu que detestava a marra e indisciplina do baixinho...

Então podemos esquecer, saindo Mano entrará Muricy e nada mudará. O Brasil continuará cauteloso até contra Honduras ou Afeganistão. Melhor mesmo é aproveitar o tempo que o futebol deixará vago para uma boa leitura ou para a prática do futebol. Pois certamente, daqui a alguns poucos anos, poucos serão os que deixarão de ir ao cinema para ir a uma partida de futebol. O futebol será como a natação, um esporte que só é visto quando vale medalha olímpica.