É possível vencer esse Barcelona? Claro. Mas como? A maneira mais adequada é jogar como o Barcelona. Mas é possível jogar como o Barcelona sem os craques do Barcelona?
Vamos analisar essa pergunta.
Quem são os craques do Barcelona? Busquets, Pedro, Abidal, Sánchez, Thiago? É um erro imaginar que todos os jogadores do Barcelona são craques.
Em minha modesta opinião, o único craque do Barcelona é o Messi. Tão craque quanto foram Ronaldo, Zico, Maradona ou Pelé.
Talvez Xavi também seja um craque, tão bom quanto foi Falcão, Riquelme ou Alex.
E Iniesta é um bom jogador, mas não melhor do que Sneijder ou Robinho.
Esses três jogadores são a alma do Barcelona, todos os demais são facilmente substituíveis.
Pois bem, não há hoje um jogador tão bom e decisivo quanto Messi. Isso é um fato. Mas Xavis, Iniestas, Busquets e Alves podem ser facilmente adquiridos por um clube como o Real Madrid. O que falta nos grandes clubes de hoje é a coragem de permitir o contra-ataque ao seu oponente.
Mas só é possível vencer esse Barcelona jogando com o mesmo toque de bola? Absolutamente não.
O problema é que tampouco existe hoje um clube que conte com os melhores zagueiros do mundo e seja armado para o contra-ataque a la italiana. O Madrid tem uma dupla de zaga limitadíssima e um Sergio Ramos que é uma mãe. Fora isso, Xabi Alonso, bom voltante, não é um defensor nato. Ou seja, Mourinho joga contra o Barcelona, tentando armar um time defensivo, mas não conta com os jogadores adequados para isso.
Se pode vencer um jogo de futebol jogando feio ou bonito. Daí eu disse anteriormente que a maneira mais adequada era jogar como o Barcelona. Mas também se vence jogando feio.
E o Santos, o que fez e o que poderia ter feito?
O Santos jogou como quem reza uma ave maria e pede pelo impossível. Muricy queria vencer contando com a sorte. Com a sorte de um mal dia de Messi, com um frango de Valdéz, com um erro da arbitragem. Com o esquema que montou, só muita sorte o faria vencer. Entrou com 3 zagueiros que juntos não defedem metade do que defende Thiago Silva sozinho. Ou seja, entrou com dois jogadores a menos. E se jogando com 11 já seria difícil, com 9 ficou impossível. Fora isso, o time optou pelos chutões e por marcar o Barcelona dentro de sua área.
Possivelmente aquele Santos de Dorival que encantou o Brasil no ano passado também perderia para esse Barcelona, mas com certeza faria um jogo melhor e teria mais chances de vencer. Quem sabe Deus não prefira ajudar a quem merece?