quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Teoria do guerreiro.

Impressionante como falta coragem aos treinadores de futebol. Esta "cautela tática" parece ser uma doença em escala mundial. No Brasil, aparte Dorival Júnior no Santos, todos os treinadores estão contaminados. Acredito que deveríamos trazer campeões de esportes radicais para treinarem as equipes de futebol. Ou, quem sabe, jogadores de Pôquer. No mínimo trariam mais emoção aos jogos.
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Ontem, Flamengo e Corinthians refletiram os sintomas dessa tenebrosa epidemia. O Corinthians precisava vencer para assumir a liderança da competição e, ao sofrer o empate, preferiu segurar o resultado. Digo segurar o resultado, mas Tite diria rearrumar a defesa para partir para o contra-golpe mortal. Depende do ponto de vista. O ponto de vista daquele afligido pela tal "cautela tática" é sempre o de buscar a vitória pelo erro do adversário ou pelo milagre divino de um gol de escanteio.
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Poderíamos resgatar o espírito do "guerreiro". Digo do guerreiro clássico, não o do guerreiro brahmeiro. O guerreiro clássico ou homérico era aquele que buscava a imortalidade através de grandes feitos, era o herói. O brahmeiro é o guerreiro medíocre, que aceita a sua mediocridade e tenta compensar suas limitações exclusivamente pelo esforço, elevando o esforço à categoria de maior das qualidades. O guerreiro clássico morreria para alcançar a glória, o brahmeiro apanharia vergonhosamente para sobreviver. São pontos de vista.
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O futebol atual carece desse espírito. Maradona foi um herói no banco de reservas, morreu (como treinador) buscando essa glória. Poucos são os heróis que sobrevivem, daí que os medíocres nunca tentem imitar ao herói. A morte tem uma cara muita feia.

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