quarta-feira, 28 de julho de 2010

Finais de quarta.

É uma vergonha. O São Paulo, mesmo com um elenco forte e condições de contratar mais algum excelente jogador, joga como timinho, buscando não levar gols ou perder de pouco. Esperançoso por um golzinho salvador, de cabeça... ou contra. Tanto faz. Até quando, meu Deus? Até quando o São Paulo terá essa postura em campo?
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O Inter jogou bem, perdeu muitos gols e o resultado acabou sendo magro.
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Mas quem perdeu muitos gols mesmo foi o Santos. A partida foi incrivelmente fácil, mas o Santos não soube aproveitar. Neymar perdeu um penalti vergonhoso, mas Marquinhos, de falta, deu uma boa vantagem para o Santos.
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Taticamente, o Vitória sentiu falta de Nino, lateral direito. Misticamente, o diabo loiro não jogou. Volto a repetir o que já disse, este é um dos piores times, individualmente, que o Vitória já teve, mas, caso o Diabo jogue a partida de volta, será campeão. Não que Junior seja melhor do que Schwenk, não é, mas contra santos é uma arma fundamental.
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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sobre a lista de Mano.

Pelo menos no discurso Mano aponta para uma melhora. Os convocados são nascidos, em sua maioria, em 1986/1987. É certo que jogadores como Maicon, Kaká e Júlio César não devem ficar de fora por muito tempo, mas o ciclo da excelente defesa (Lúcio, Juan e Gilberto Silva) deve mesmo ter ficado para trás. A sorte é que contamos com novos bons zagueiros, como Thiago Silva e David Luiz.
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Quem poderia ter sido convocado e não foi? O principal nome, para mim, foi o de Fred. Fred é tão bom ou melhor do que Luis Fabiano e tem três anos menos, o que o credencia a ser o novo número 9 da Seleção. Outros nomes que poderiam estar nesta lista: Nilmar (84), Anderson (88), volante do Manchester United, Diego Souza (85) e Íbson (83). Diego Souza deveria atuar como primeiro volante. Absurdo? Não acredito. Ele tem todas as características de um bom primeiro volante no esquema que, possivelmente, será adotado por Mano, o 4-2-3-1. Forte, com boa arrancada, visão de jogo e remate. Diego Souza, caso jogasse como volante, estaria sim entre os convocáveis, disputando vaga com Lucas. Já Íbson e Anderson seriam boas opções para segundo volante, assim como Hernanes e Ramires.
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Outros nomes que poderão aparecer, mas que ainda não estão entre os melhores: Breno (89), Miranda (84), Henrique (85), Renato Augusto (88), Thiago Neves (85) Keirrison (88), Jô (87), Sóbis (85), Thiago Ribeiro (86) e Kléber Gladiador (83).
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Com esta lista, qual o time ideal? Partindo do esquema adotado por Mano eu armaria assim:
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Victor;
Daniel, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo;
Lucas e Ramires;
Robinho, Ganso e... Carlos Eduardo, Tardelli, Pato ou Neymar;
Tardelli, Pato ou Neymar.
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Muita água vai rolar e muitos nomes ainda aparecerão. Vale lembrar, Zidane, Romário, Rivaldo etc jogaram muito bem com 34 anos e nunca um treinador pode abrir mão de um jogador que hoje tenha 30 anos por imaginar que daqui a 4 anos ele estará jogando mal. Desta forma, nomes como Kaká, Maicon e até Ronaldinho deverão ser levados em conta. Nenhuma seleção vence ou perde uma Copa do Mundo por sua média de idade elevada ou muito jovem.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Mais do mesmo...

A CBF anunciou o novo treinador: Muricy Ramalho. O que muda com a chegada dele? Nada, praticamente nada. O Brasil continuará jogando um futebol burocrático e deverá contar com a individualidade e genialidade de alguns jogadores. Caso não apareça nenhum gênio da bola, seremos obrigados a ver jogos apertados, com poucas jogadas ofensivas, mas um grande aproveitamento nas bolas paradas e contra-ataques. Muito pouco para uma Seleção Brasileira, mas o suficiente para disputar uma final. Azar do futebol.
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Fora Luxemburgo e Zico, não existem treinadores ofensivos no Brasil, com o perfil de selecionadores nacionais. O primeiro acabou com suas chances de treinar a Seleção com os escândalos da anterior passagem. O segundo, possivelmente, não se submeterá às exigências de Ricardo Teixeira, presidente vitalício da CBF. Os demais nomes aventados são, em linhas gerais, cópias de Muricy. Azar para o futebol.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Vitória X São Paulo

Fui ao Barradão para saber como andam Vitória e São Paulo. O Vitória fará mais uma final em sua história e terá que contar com a sorte para conseguir o tão sonhado título nacional. O time é, individualmente, pior do que o Santos. Não conta com um craque, como em outros tempos (Edilson, Bebeto, Petkovic, Ramón). Não temos como apontar o melhor jogador do elenco: é um conjunto uniforme de jogadores regulares. Na partida, o destaque foi para o lateral direito, Nino Paraíba, que conseguiu neutralizar Dagoberto e ainda fez boas jogadas ofensivas. Chego a dizer que este é, individualmente, um dos piores times dos últimos 20 anos. Então, acredito que este será o ano em que o Vitória será campeão. Contradição? Não, intuição.
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O São Paulo é, dos times brasileiros, o que mais se parece à Seleção de Dunga. Um bom time, sem brilho, sem camisa 10, sem futebol e com o foco apenas nos resultados. É, assim como o Brasil, um dos favoritos ao título do Brasileirão e, também, da Libertadores. Me impressiona muito como um time tão rico e organizado pode jogar tão feio. O time joga com três zagueiros, um zagueiro (o careca do Santos) jogando como primeiro volante, um volante fazendo de armador, dois atacantes velozes e Fernandão. Os laterais pouco avançam, mais preocupados em marcar, coisa que não são espertos. Jogando mais ou menos dessa forma, o São Paulo ganhou três Brasileiros. Sem contagiar, mas com disciplina e gols de cabeça. Azar para o esporte.
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Ainda é cedo para apontar um favorito ao título do Brasileiro, mas o Fluminense, caso a chegada de Deco seja uma verdade, terá todas as credenciais para sagrar-se campeão. O Corinthians, atual líder, precisa de um centro-avante. Ronaldo, como se mostrou na partida organizada por Deco, nunca esteve tão gordo. Num primeiro instante imaginei que fosse Rivelino, mas vi que o craque de 70 está em melhor forma.

sábado, 17 de julho de 2010

Volta o Brasileirão.

Gritamos, sorrimos, esperamos, nos decepcionamos, meditamos, nos consolamos. Acabou a Copa, mas já começamos a pensar na próxima. Será que teremos o mesmo enredo? Sempre pensamos: a próxima será diferente. E será, mesmo que não cheguemos à final. Pois será aqui. E será a primeira para 99,9% dos brasileiros. Até lá, muito futebol vai rolar. São quatro Brasileirões e Libertadores. Sulamericana, Copa dos Campeões, Mundial de Clubes, Eurocopa e Copa América. Sem falar do Torneio da Uva e do Paulistinha. Ou seja, até lá, teremos que dividir as nossas atenções com mais futebol.
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Agora, a bola da vez é o retorno do Brasileirão. Retorno não, recomeço. Foram tantas contratações que já não é o mesmo torneio. Quem era favorito, deixará de ser. E quem estava por baixo, poderá subir. Possivelmente, Santos e Flamengo serão os mais prejudicados. Internacional, Palmeiras, Atlético e Fluminense, os mais beneficiados. Grêmio, São Paulo, Corinthians e Cruzeiro continuam com os mesmos bons times que tinham. Como acaba de recomeçar, ainda é cedo para apontar os favoritos. Esperemos o fim das contratações. Tem Valdívia para chegar no Palmeiras, Deco para o Fluminense, Ronaldinho para o Flamengo... e quem sabe o Felipe Melo não aparece para reforçar o Corinthians.
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Torço para que nem Ganso, nem Neymar saiam do Santos. Sendo eu o conselheiro deles, diria que o melhor seria ficar até depois da próxima Copa. São bons jogadores, mas correm sérios riscos de se perderem no banco de uma grande equipe como o Madrid, ou no frio de uma fraca equipe da Ucrânia. Mas o dinheiro fala mais alto. Azar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Idéias para melhorar o futebol.

Em 1950 a média de altura dos goleiros não chegava a 1,80m e os 7,32m da meta eram uma imensidão, difícil de proteger. Imaginem que em 1950, com um futebol ainda amador, só era goleiro quem não levava jeito para nada e não era o dono da bola. Ou seja, o jogo de futebol raramente ficava no zero. Lev Iashin entrou para história, possivelmente, por medir 1,89m. Era um gigante, quando comparado a outros goleiros.
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Os 120m de comprimento, naquela época, faziam com que arrancar desde a defesa ao ataque para surpreender o adversário significasse cinco minutos parado para recuperar o fôlego. Mais da metade dos jogadores bebia na noite anterior a partida, fumava minutos antes do início e não era permitido substituições durante. Ou seja, o jogo de futebol raramente ficava no zero, pois como no segundo tempo as pernas já não eram as mesmas, as ocasiões eram mais frequentes.
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Em suma, os jogadores se tornaram atletas, os goleiros cresceram e já são tão valorizados quanto qualquer outro jogador (tenho três primos pequenos que sonham em ser Júlio César), as táticas são fielmente executadas e estudadas, mas as regras do futebol são praticamente as mesmas. Se mudaram os atores, porque não ocorreu uma adaptação das regras? Imaginem se a altura da rede de vôlei continuasse medindo 1,98m como na época de sua criação...
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Pois bem, para que o futebol se torne mais atrativo, é necessário um upgrade em suas regras. E é isso o que faremos aqui, discutir sobre quais mudanças fariam com que o futebol encante e emocione mais àqueles que, como eu, não tem nada melhor a fazer do que ver futebol.
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Algumas possibilidades:
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1. Eliminar a barreira. Desta maneira as faltas próximas da área seriam claras ocasiões de gol.
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2. Abolir o carrinho. Além de preservar os jogadores, faria com que o drible fosse algo mais fácil. De quebra, aqueles zagueiros perebas que só sabem dar carrinhos não jogariam mais futebol.
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3. Punir com tiro direto a equipe que extrapole um determinado número de faltas por tempo, por exemplo, cinco faltas. É o que já ocorre no futsal ou no basquete. Sairiam mais gols e jogadores habilidosos seriam mais frequentes em campo.
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4. Aumentar o número de árbitros em campo, principalmente para marcar as faltas próximas da área com uma maior segurança. Desta forma, diminuiriam os agarrões dentro da área ou seriam marcados penaltis frequentemente.
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5. O jogo poderia ser jogado por 10 jogadores de cada lado. Mais espaços em campo.
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6. Aumentar um pouco o tamanho da meta. Mais gols.
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7. Rever a regra do impedimento. Por exemplo, não punir a jogada quando a zaga sai em disparada para deixar o atacante impedido, ao invés de buscar arrebatar a bola do adversário.
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Pois bem, estas são algumas sugestões. Como disse no início, devemos começar um debate. Quem já pensou em alguma coisa ou discorda de alguma das mudanças, favor comentar. Ricardo Teixeira costuma dar uma olhadinha no blog e poderá porpôr alguma ao comitê, assim que for eleito presidente da FIFA.

domingo, 11 de julho de 2010

Viva Espanha!

Numa final sem muito brilho e equilibradíssima, a Espanha levou a melhor. Será que a Holanda está fadada a morrer na praia?
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Faltou ousadia para ambas equipes. Aparentemente, Espanha e Holanda estavam mais preocupadas em não perder do que em vencer. Poucas vezes vimos uma das equipes atacar com mais de cinco jogadores, ninguém queria dar o primeiro passo e correr riscos. Quem perdeu foi o público. O jogo acabou sendo muito violento e pouco vistoso. Até quando seremos obrigados a ver jogos tão sem graça em uma final de Copa? Como podem duas excelentes equipes não divertirem o público? Boa parte da culpa tem a regra do futebol, mas outra parte considerável reside na exaltação do resultado. Quando o resultado está por cima do próprio futebol, o espetáculo corre sérios riscos de se tornar enfadonho.
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O jogo foi equilibrado e qualquer um poderia sair com a vitória. A Espanha, taticamente, jogou um pouco melhor. O erro maior do treinador holandês foi apostar por Van Persie como centro-avante. O atacante do Arsenal, assim como Fernando Torres, não brilhou nesta Copa, mas ao contrário do espanhol, jamais deixou a titularidade. Será que o treinador holandês foi obrigado por contrato a escalar Van Persie? Neste jogo em particular, Van Persie não fez nenhuma jogada, mas jogou até o final. Algo passa...
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Pois bem, a melhor seleção espanhola da história venceu a melhor seleção holandesa dos últimos 20 anos. Sneijder demonstrou que é um dos melhores jogadores do mundo. Messi, apesar de não marcar, demonstrou que é um craque. A Alemanha demonstrou que se pode vencer sem cabeça de área e jogando ofensivamente. O Uruguai demonstrou que a sorte faz parte de uma Copa. Dunga demonstrou que futebol não tem nada a ver com guerra. E o polvo demonstrou que existem mais coisas entre o céu e a terra do que julga a minha parca filosofia.
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Acaba a Copa, mas não o blog. Seguiremos acompanhando de perto o que rola pelo mundo da bola. Agora, mais sábio, abandonarei mãe Selma e meu pai de santo, e me consultarei com o octopoda advinho.

Seleção da Copa.

Eis a seleção da Copa do Mundo de 2010.
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Sketelenburg (Holanda)
Maicon (Brasil)
Lúcio (Brasil)
Puyol (Espanha)
Fucile (Uruguai)
Schweinsteiger (Alemanha)
Xavi (Espanha)
Sneijder (Holanda)
Forlán (Uruguai)
Messi (Argentina)
Villa (Espanha)
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Gostaram?

sábado, 10 de julho de 2010

Chegou o dia.

Espanha e Holanda não são como o Brasil. Aqui, de nada vale chegar à final e perder. Lá, ser finalista já é um honra. E a questão não é de títulos, pois a Alemanha também valoriza sua seleção quando chega à uma final. Devemos repensar esse comportamento.
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Desde o primeiro dia apontei a Holanda como a mais capacitada para levar o título. Ao seu lado estavam Espanha, Brasil e Inglaterra. A Inglaterra foi irreconhecível. O Brasil jogou como o previsto. E Holanda e Espanha, apesar de não estarem jogando tão ofensivamente como prometiam, chegam com mérito à final. Ainda acredito que a Holanda leva uma pontinha de vantagem, pois possui jogadores com estilos bastante diferentes, que podem chamar o jogo para sí, caso seja necessário. Na Espanha, falta um driblador, como Robben e um bom cabeceador, como Kuyt. Desta maneira, ou seu jogo encaixa, ou será difícil driblar as dificuldades. Não tem muito como alterar o esquema.
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A surpresa desta Copa foi, indiscutivelmente, a Alemanha. Ninguém esperava que as jovens promessas se saíssem tão bem, nem que Klose estivesse tão fino com o gol. O Uruguai foi a zebra. Jogou bem, mas deve sua classificação mais a sorte que a qualidade do elenco.
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Amanhã tudo estará terminado e nós brasileiros já estaremos pensando em 2014. Espero que o próximo treinador adote um estilo de jogo mais de acordo com o sentimento da nação. O melhor treinador brasileiro é, sem dúvida, Luxemburgo, mas as marcas que deixou em sua anterior passagem podem o ter marcado de por vida. É certo que uma pessoa pode mudar, mas será muito difícil para ele. Um bom nome é o de Zico, mas ele tem alguns problemas com Ricardo Teixeira e dificilmente será o treinador. Dos nomes que estão nos jornais, o melhor é Leonardo. Todos os outros são retranqueiros.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O pior jogo da Holanda.

O Uruguai deu azar, pois poderia ter vencido a Holanda. As ausências de Lugano e Suárez, além da lesão de Forlán que o fez jogar menos do que poderia, deram uma boa vantagem a Holanda, que fez o pior jogo dos últimos quatro anos.
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A Holanda estava irreconhecível, muitos erros de passes, nervosismo e pouca objetividade. Van Persie segue jogando mal e deveria, ou voltar a sua posição original ou ir para o banco. Ele não sabe jogar de costas para a defesa e isto pode estar interferindo em seu rendimento até quando encara o oponente de frente.
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O Uruguai, sem Suárez, ficou ainda mais lento e sem contra-ataque. Forlán teve que ocupar a posição de centro-avante e deixou o meio sem criatividade. Falta ao Uruguai um Sneijder. Ainda assim, o Uruguai jogou bem e assustou a favoritíssima Holanda. Palmas para este encantador país do lado de cá do La Plata.
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Não deu para nossos hermanos, pois do outro lado, mesmo jogando mal, a Holanda contava com Robben e Sneijder, o melhor jogador da Copa (possivelmente será eleito o melhor do mundo pela FIFA). Para ser campeã, a Holanda precisa jogar mais. E é isso que espero.

domingo, 4 de julho de 2010

Alemanha X Espanha.

A Espanha confirma seu favoritismo e chega às semi-finais. Como eu acreditava que o Brasil terminaria em segundo do grupo e enfrentaria a Espanha nas oitavas, eliminando a Fúria da competição, errei o bolão inicial. Ainda assim, duas das quatro favoritas ao título, segundo minha prematura análise, estão nas semis, Holanda e Espanha. E talvez seja esta a final da Copa.
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A Espanha tem um dos melhores elencos, mas peca em três pontos. Primeiro, Fernando Torres não joga bem, está muito abaixo do esperado e é uma das causas da escassez de gols da seleção espanhola. Segundo, Del Bosque optou por fortalecer a defesa ao jogar com dois volantes defensivos, mas isto fez com que o time perdesse o glamour que consquistou nos quatro anos anteriores. E terceiro, Puyol e Capdevila perderam em vigor físico, Sergio Ramos continua uma lástima na marcação e Casillas continua rebotando todas as bolas. Contra a Alemanha precisa de uma boa atuação de Torres e mais habilidade no meio. Como Casillas é um Deus para os jornalistas espanhóis é impossível cogitar deixá-lo no banco.
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A Alemanha santista, assim como os meninos da vila, encanta o mundo do futebol. O time, individualmente, não é lá grande coisa. Muitos acharão isto um absurdo, mas é a pura verdade. Klose é um sujeito inteligente, mas pouco dado com a bola. Muller também é muito inteligente, mas um tanto desengonçado, talvez por ainda estar em fase de crescimento. Ozil é um quase-craque, mas falta pontaria e maturidade. Podolsky tem um pé mais torto do que o de Robinho. A defesa é uma das mais fracas da história alemã. E o goleiro é bonzinho, mas não se compara ao mal humorado Kahn. A única peça da engrenagem que, individualmente, está entre os melhores do mundo é o reconvertido Schweinsteiger, que de meia mascarado se transformou em um volante completo, ao bom estilo Falcão, muito em falta no mercado dos boleros brasileiros.
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Duas coisas merecem ser apontadas nesta seleção. Primeira, a situação anímica do elenco é excepcional. Segundo, a ousadia do excelente treinador está sendo recompensada. Ao perceber que não contava com bons defensores, Low apostou por atacar e pressionar. É sem dúvida o melhor treinador dos últimos cinco mundiais. A Alemanha não para de se movimentar, nenhum dos jogadores do meio para frente joga fixo em uma faixa do campo. Schweinsteiger é o que mais guarda uma posição, mas, mesmo assim, se movimenta mais do que Felipe Melo e Gilberto Silva juntos. A ousadia e a movimentação são a chave desta encantadora Alemanha.
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Já disse em outras oportunidades, pelo bem do futebol seria bom que a Alemanha se sagrasse campeã. O jogo contra a Espanha não terá favoritos. Apesar do melhor elenco espanhol, a atitude empregada pela Alemanha durante todos os jogos pode continuar trazendo bons frutos. E esta é a minha torcida.

O que esperar do Brasil em 2014.

Por um lado foi até bom o Brasil cair fora, pena que não foi contra o super-ofensivo Chile, pois pode ser que retomemos a vontade de jogar em busca de gols (no plural). Queria muito ver a seleção jogando com o espírito da molecada santista, mas desde as derrotas de 82 e 86 que a canarinha tomou um rumo mais pragmático, mais objetivo, em suma, menos agradével e distante do sentimento natural da nação.
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Espero que assuma um treinador como Zico e que possa trabalhar em paz. E por 12 anos seguidos, não por 4 apenas. Ganhando ou perdendo.

As vantagens do futebol ofensivo.

A Argentina sofreu uma goleada e foi ovacionada na volta para casa, o Brasil perdeu por pouco e foi recebido com chutes e pedradas. Será que os Argentinos são loucos...
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A verdade é que jogar ofensivamente tem essas vantagens. Não é sempre que se pode vencer, é uma das regras do futebol, mas a derrota de um time que deu alegrias em partidas prévias é sempre menos amarga do que a derrota de uma equipe que, mesmo vencendo, não premiou a torcida com a satisfação de uma boa partida.
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Espero que daqui para frente o Brasil retome o seu bom e velho estilo de jogo, aquele que impressionou os Suecos em 58 e esteve presente na Canarinha até 86.

sábado, 3 de julho de 2010

Espanha jamais poderá se queixar da arbitragem.

Na Espanha se costuma culpar a arbitragem por todas as eliminações de Copas do Mundo. Desta vez a arbitragem foi o principal motivo de Espanha ter chegado a sua melhor colocação na história da competição. A Espanha não demonstrou a superioridade de sua equipe no terreno de jogo e precisou da ajuda da arbitragem para chegar as semi-finais. O diário Marca, afirma o contrário. Uma de suas manchetes diz que Espanha passou, mesmo sendo prejudicada. Esta postura da imprensa espanhola é corrigueira. Lá, os jornalistas são tão fanáticos que se tornam míopes, ou doidos.
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Quem assistiu a partida pôde ver um gol paraguaio mal anulado e uma invasão espanhola na cobrança do penalti defendido por Casillas. Neste momento, poderia estar 2x0 para o Paraguai e a Espanha prestes a arrumar as malas. O penalti sofrido por Villa foi, ainda, duvidoso. Decididamente a Espanha jamais poderá se queixar da arbitragem quando for eliminada.
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Em campo, Del Bosque insistiu em jogar com dois volantes defensivos, Xabi Alonso e Busquets. E como antes, faltou drible e objetividade. Fernando Torres continua jogando mal e deveria estar no banco. Sendo eu o treinador escalaria o meio com Xabi Alonso, Iniesta e Xavi. E formaria um trio de atacantes, com Villa, Llorente e Pedro ou Mata. Outra possibilidade era entrar com Xabi Alonso, Iniesta, Xavi e Cesc ou Silva no meio, com Villa e Llorente no ataque. A primeira opção tornaria a equipe mais equilibrada, a segunda deixaria em campo os melhores jogadores do elenco. Volto a repetir, é um tremendo erro de Del Bosque abdicar do "jogo bonito" praticado pela Espanha na Eurocopa.

Brasil X Holanda. Uma análise do jogo.

A Holanda vence, mas ainda não fez uma partida de campeão. Contra o Brasil não estava em campo seu melhor zagueiro, Mathijsen, único bom zagueiro da seleção holandesa. A primeira etapa holandesa pode ser resumida por uma palavra: medo. A Holanda temeu o Brasil, pois os primeiros dez minutos da seleção de Dunga, especialmente de Robinho, empurraram a Holanda para trás. Robben foi muito bem marcado por Michel Bastos e Juan na maioria das jogadas, e por toda a defesa brasileira em duas ocasiões de gol. Sneijder se movimentava bastante e conseguiu dar bons passes. Ofensivamente, era o único que jogava bem. Defensivamente merecem destaque Kuyt, De Jong e o goleiro Stekelenburg.
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A Holanda foi pressionada até os 25 minutos e poderia ter sofrido mais um gol. Por sorte, ou por faltar uma mentalidade mais ofensiva ao Brasil, o jogo começou a esfriar. Os últimos 20 minutos da primeira etapa foram mornos. No segundo tempo, os holandeses entraram sem medo, sabendo que poderiam vencer. A sorte estava do lado holandês, e de uma jogada banal saiu o empate. Após o empate, a Holanda tomou conta da partida, virou o jogo e perdeu a chance de golear. Duas coisas mercem ser apontadas neste time holandês. Primeiro, Van Persie não joga bem e já merece começar no banco de reservas. Segundo, falta mobilidade. Kuyt deveria abandonar a ala algumas vezes e se posicionar como centro-avante. Robben também. Os laterais precisam apoiar mais e Van Bommel surpreender como segundo atacante. A Holanda joga com uma certa cautela, para mim exagerada. Ela tem tudo para ousar, como vem fazendo a Alemanha.
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Dunga optou por Felipe Melo no meio de campo, engessando mais uma vez o time. Nos primeiros minutos, a mobilidade do time foi Robinho. Deu certo e o Brasil saiu na frente. Após o gol, o Brasil ainda teve mais duas chances para ampliar, contudo, deixou de pressionar e pareceu satisfeito com o resultado.
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No segundo tempo, tudo dava errado. O Brasil jogava o de sempre, engessado e aguardando um contra-ataque. A Holanda não deu esse contra-ataque tão esperado por Dunga. Mesmo perdendo, a Holanda manteve a cautela. A sorte não estava com o Brasil e o gol de empate saiu. Após o empate, Dunga não ousou. Era o momento, caso Dunga não fosse Dunga, de tirar Felipe Melo e dar entrada a Nilmar. Mas Dunga é coerente e nunca surpreende. O Brasil toma o segundo gol. Dunga segue sem fazer alterações. Felipe Melo, nervoso, é expulso. Qualquer substituição que o Brasil fizesse já não seria a ideal. Em todo caso, a melhor alternativa seguia sendo a entrada de Nilmar. O erro, se é que se pode denominar erro, visto que o perfil da nossa seleção é a cautela, foi tirar Luis Fabiano. Caso Dunga não fosse Dunga, o melhor seria arriscar e tirar Juan.
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Táticamente foi isso que aconteceu. Dois times engessados em campo. O Brasil mais plantado na defesa, a Holanda com mais jogadores no ataque. A sorte esteve presente e a Holanda, possivelmente por ter mais jogadores de qualidade, acabou vencendo o jogo. São coisas do futebol, mas eu adoraria ver o Brasil jogando como está jogando a Alemanha, sempre buscando o gol, durante os 90 minutos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Me serve o consolo de ganhar o bolão.

Fui o único a apostar na Holanda e levei sozinho o prêmio do bolão. Claro que preferia ter perdido, desde que o Brasil não jogasse como vem jogando.
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Felipe Melo será o bode espiatório. Injustamente, sou obrigado a dizer. Todos, sem exceção, sabem que Felipe Melo é um pouco violento demais. E foi esta violência que o levou à seleção brasileira. Lembrem-se que fomos para a Guerra e não para um torneio de futebol. E de fato, Felipe Melo não jogou mal. Para falar a verdade, ninguém jogou mal no Brasil. É certo que ninguém foi extraordinário, mas todos jogaram mais ou menos o que sabem. Robinho, inclusive, começou o jogo como um verdadeiro craque. Se movimentou muito bem, driblou, fez jogadas de perigo e marcou seu gol.
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Os gols da Holanda não foram erros gritantes dos brasileiros. Foram lances que acontecem em uma partida de futebol. A sorte estava contra o Brasil. E ponto.
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É hora de parar de apontar um único jogador como o culpado, de parar de acreditar que o Brasil só perde para ele mesmo. O Brasil pedeu para um time que, possivelmente, será o campeão.
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Mesmo eu criticando a forma de jogar escolhida por Dunga, tenho plena convicção de que ele poderia ter sido campeão. A seleção brasileira não é um Dream Team. É e sempre será uma das favoritas, mas até hoje nunca apareceu um time ou uma seleção que fosse indiscutivelmente melhor que todas as demais. Assim como nunca existiu um jogador que fosse indiscutivelmente o melhor de todos.
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O pior, para mim, é perder jogando no estilo Dunga de jogar. Volto a afirmar, a probabilidade de se perder é exatamente a mesma quer se jogue atacando quer se jogue contra-atacando, quando se tem em mãos jogadores talentosos. Desta forma, é preferível arriscar, ousar, pressionar e escalar jogadores mais habilidosos, pois a derrota, quando acontecer, será mais doce. Prefiro perder como perdeu Telê.

E Viva o Uruguai!

Pelo menos quinhentos mil uruguaios subirão a pé a Cuchilla Grande. O país está em festa. E não era para menos. O Uruguai é um país com pouco mais de três milhões de habitantes e estar em semi-finais equivale a duas Copas ganhadas pelo Brasil. Um feito.
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Forlán merece destaque, pois mesmo fora de posição atua com muita elegância. Suárez, artilheiro do time, entrará para a história. Não tanto por seus gols, mas por sua defesa providencial no último lance da partida. Expulso, não jogará contra a Holanda, mas ainda restará uma partida e a satisfação de ter feito o possível.
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Possivelmente nem os uruguais esperem por uma vitória diante da Holanda, mas quem sabe a sorte não está reservando algo mais para a Celeste...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Crise de abstinencia.

Segundo dia sem jogos da Copa do Mundo e já me doi a cabeça. Havia programado não assistir televisão durante estes dois dias. Separei "Breve História de Quase Tudo" de Bill Bryson para ler, mas não consegui. O vício é tenebroso. Na quinta página a dor de cabeça aumentou. Sou forte, pensei. Li mais duas páginas, mas foi como se estivesse lendo em uma língua estranha. Em minha cabeça só imagens da Copa conseguiam se formar. Fui tomar um banho frio para retomar a leitura. Dez minutos no chuveiro seriam suficientes. Na dúvida, passei quinze. Voltei para o livro. Um excelente livro, diga-se de passagem. Reli as duas páginas mal entendidas e... desisti. A cabeça voltou a doer. Não tenho culpa, me conformei. Peguei alguns filmes que tenho com jogos de Copas passadas, sentei no sofá, abri uma cerveja e estou assistindo. Golaço de Falcão.