A Espanha confirma seu favoritismo e chega às semi-finais. Como eu acreditava que o Brasil terminaria em segundo do grupo e enfrentaria a Espanha nas oitavas, eliminando a Fúria da competição, errei o bolão inicial. Ainda assim, duas das quatro favoritas ao título, segundo minha prematura análise, estão nas semis, Holanda e Espanha. E talvez seja esta a final da Copa.
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A Espanha tem um dos melhores elencos, mas peca em três pontos. Primeiro, Fernando Torres não joga bem, está muito abaixo do esperado e é uma das causas da escassez de gols da seleção espanhola. Segundo, Del Bosque optou por fortalecer a defesa ao jogar com dois volantes defensivos, mas isto fez com que o time perdesse o glamour que consquistou nos quatro anos anteriores. E terceiro, Puyol e Capdevila perderam em vigor físico, Sergio Ramos continua uma lástima na marcação e Casillas continua rebotando todas as bolas. Contra a Alemanha precisa de uma boa atuação de Torres e mais habilidade no meio. Como Casillas é um Deus para os jornalistas espanhóis é impossível cogitar deixá-lo no banco.
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A Alemanha santista, assim como os meninos da vila, encanta o mundo do futebol. O time, individualmente, não é lá grande coisa. Muitos acharão isto um absurdo, mas é a pura verdade. Klose é um sujeito inteligente, mas pouco dado com a bola. Muller também é muito inteligente, mas um tanto desengonçado, talvez por ainda estar em fase de crescimento. Ozil é um quase-craque, mas falta pontaria e maturidade. Podolsky tem um pé mais torto do que o de Robinho. A defesa é uma das mais fracas da história alemã. E o goleiro é bonzinho, mas não se compara ao mal humorado Kahn. A única peça da engrenagem que, individualmente, está entre os melhores do mundo é o reconvertido Schweinsteiger, que de meia mascarado se transformou em um volante completo, ao bom estilo Falcão, muito em falta no mercado dos boleros brasileiros.
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Duas coisas merecem ser apontadas nesta seleção. Primeira, a situação anímica do elenco é excepcional. Segundo, a ousadia do excelente treinador está sendo recompensada. Ao perceber que não contava com bons defensores, Low apostou por atacar e pressionar. É sem dúvida o melhor treinador dos últimos cinco mundiais. A Alemanha não para de se movimentar, nenhum dos jogadores do meio para frente joga fixo em uma faixa do campo. Schweinsteiger é o que mais guarda uma posição, mas, mesmo assim, se movimenta mais do que Felipe Melo e Gilberto Silva juntos. A ousadia e a movimentação são a chave desta encantadora Alemanha.
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Já disse em outras oportunidades, pelo bem do futebol seria bom que a Alemanha se sagrasse campeã. O jogo contra a Espanha não terá favoritos. Apesar do melhor elenco espanhol, a atitude empregada pela Alemanha durante todos os jogos pode continuar trazendo bons frutos. E esta é a minha torcida.
Espero, para o bem da torcida local, que o polvo adivinho nao erre desta vez.
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