Tudo no futebol gira, infelizmente, em torno dos resultados. Assim pensam a maioria dos comentaristas e, consequentemente, dos torcedores. Se Dunga ganhar a Copa, estará certo. Se perder, será um burro. Até agora, os resuldos lhe são favoráveis. Dunga levou a Copa América, a Copa das Confederações e terminou em primeiro nas elimitários. Melhor impossível, não? Discordo.
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Todos parecem esquecer que na Copa América de 2007, o Brasil perdeu feio para o fraco México e ganhou apertado do péssimo Equador, na primeira fase. Em toda competição, só conseguiu vencer bem o Chile, na primeira fase e nas quartas de final, e a Argentina, na final. Na semi-final, empatou com o Uruguai, passando nos penaltis. O que parece claro é que contra Chile e Argentina, times mais ofensivos, o Brasil consegue se dar bem, marcando gols no contra-ataque. Vale ressaltar que a Argentina não conseguiu formar um bom time, desde a Copa de 2006, e o Chile é o Chile, sempre com os piores zagueiros do mundo. Contra outros times defensivos, a canarinha não se deu bem.
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Na Copa das Confederações de 2009, Felipe Melo jogou como um verdadeiro craque, dominando o meio de campo. Tenho a leve impressão de que o ano de 2009 foi o seu "ano de craque", pois nem antes, nem depois ele conseguiu repetir as atuações. Com a entrada do "craque" Felipe Melo, o meio de campo brasileiro foi outro, muito mais criativo e rápido. Ainda assim, o Brasil suou para marcar um gol aos 88' na horrorosa África do Sul nas semi-finais e fez o gol da virada na limitada seleção norteamericana aos 85'. Foi campeão, é verdade, mas ficou longe de mostrar um bom futebol.
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Já nas eliminatórias, Dunga se vangloria de terminar em primeiro. Será que ele esqueceu de todos os vexames que passamos nesta paupérrima fase eliminatória? Antes de mais, o primeiro lugar se deve à derrota do Paraguai, em casa, contra a Colômbia, o que nos deixou um ponto a frente. Também um ponto foi a nossa diferença para a seleção chilena. E para piorar, a Argentina, única rival histórica do Brasil nas eliminatórias, estava tão mal que quase fica de fora da Copa. Ou seja, terminamos apenas um ponto na frente do terceiro e tivemos a vida facilidada pela desorganização argentina.
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Resumindo, os resultados do Brasil são bons, mas o futebol apresentado vai de mal a pior. Quando jogamos contra times retranqueiros a dificuldade aumenta. Imaginem que enfrentaremos logo na primeira fase, Portugal e Costa do Marfim, a melhor seleção africana na Copa. Jogamos feio, o que já é, pelo menos para mim, motivo de crítica, independente do resultado. Se ganharmos a Copa, o que é bastante possível, ficarei contente, não serei hipócrita, mas tenho certeza de que a felicidade logo dará espaço àquele sentimento indigesto de mediocridade.
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