sexta-feira, 30 de abril de 2010

Possibilidades de Italia e Alemanha.

É impossível dizer que Itália e Alemanha não tem chances de levar a Copa. Assim como o Brasil, a camisa pesa e intimida os adversários, contudo, acredito que nesta edição as sempre favoritas Alemanha e Itália terão menores chances.
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A Itália sempre se consagrou por ter uma excelente defesa e um jogo de contra-ataques. Porém, apesar de optar por jogar na retranca, a Azzurra sempre contou com ótimos jogadores no ataque. Na passada, contava com um dos melhores atacantes do mundo, Francesco Totti e o grandalhão, mas eficiente, Luca Toni. No meio de campo estava um dos melhores volantes da Copa, o elegante Pirlo. E isto já era o suficiente para credenciá-la. Ocorre que nesta copa, a Itália não contará com nenhum grande atacante, como foram Totti ou Baggio. Pirlo, que continua bem, vem de uma temporada mediana, com muitas lesões. E atrás, Canavaro e Bufon tiveram alguns problemas e estão ligeiramente envelhecidos. A idade, para mim, nunca foi um problema, ainda mais em um torneio tão curto quanto um mundial. O pior é mesmo a ausência de um fora de série no ataque. Por outro lado, a Itália deverá fazer algo quase inacreditável para uma seleção italiana; jogar sem um cabeça de área exclusivamente defensivo. Por contar com muitos e bons volantes, como De Rossi, Marchisio, Aquilani, Perrota e Pirlo, e por não contar com Gatuso em boa fase, a Itália pode ter um meio de campo sem brilho, mas equilibrado, onde todos podem surpreender. Falta o craque, é verdade, e isso faz com que a Itália não figure em minha lista de seis favoritas, porém a Itália pode montar um time que dificilmente levará gols, como de costume, e que toque bem a bola no meio de campo, o que é novidade. Sem Totti, a Itália precisa contar com uma repentina inspiração de Gilardino e da mobilidade do jovem Rossi. Já veremos o que vem por aí.
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Quanto a Alemanha, a perspectiva é menos otimista. Estamos acostumados a ver na Alemanha grandes jogadores. Raramente aparece um meia habilidoso, mas futebol não se resume a habilidade, é um esporte muito mais complexo. Porém esta Alemanha está carente de jogadores talentosos no gol, na defesa, no meio e no ataque. Ballack é, para mim, o melhor volante da atualidade. Marca bem, tem um bom passe, arremata de longa distância e costuma deixar o sangue em campo, mas é, talvez, o único bom jogador da Alemanha. Desde a aposentadoria de Kahn, não apareceu nenhum bom goleiro. Tampouco contará com um excelente zagueiro. Lahn é um lateral razoável, que tem velocidade e pode surpreender em determinadas jogadas, e no ataque a Alemanha não contará com um jogador em grande forma. Klose, que sempre foi mais aplicado do que talentoso, vive a pior fase da carreira, amargando a reserva no Bayern e brigado com o gol (apenas 3 em toda temporada). Podolski não passou de promessa e o mais provável é que a Alemanha conte com os serviços do brasileiro Cacau. Mas se a Alemanha é tão ruim assim, o que faz com que tenha alguma chance de vencer... Além do peso da camisa, a inusitada vocação atacante do seu meio de campo. Assim como o Bayern, a Alemanha jogará com três volantes de talha ofensiva; Ballack, Schweinsteiger e a jovem promessa Mesut Ozil, e três atacantes, possivelmente Mário Gomez, Podolski e Cacau. Veremos se a idéia pega e Dunga decide sentar Gilberto Silva, excelente 'zagueiro', no banco.
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Itália e Alemanha, tradicionais seleções, entram descacreditadas nesse mundial, mas quem sabe o bom toque de bola no meio de campo não trás a tona o melhor dos medianos atacantes europeus.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Pequeno balanço do mês de abril.

O Barcelona está fora da Liga dos Campeões. Dizem por aí que foi uma injustiça, que o Barça era muito superior a Inter. Discordo. E discordo mais ainda quando vejo o Barcelona jogar com Busquets e Keita como volantes. Se o Barça é o time mais ofensivo do mundo, o que falar do Bayern, que joga com Van Bommel e Schweinsteiger como volantes... Cabe imaginar, ainda, que o Barcelona pode deixar escapar o campeonato espanhol. Coisa não muito difícil de ocorrer. E isso acontencendo, cabe imaginar que a imprensa entrará de sola em Messi. De mágico a falsário em um piscar de olhos.
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Ronaldo está gordo. Agora é verdade. Antes ele estava apenas um pouco fora de forma, mas agora o problema é mais pesado. Adriano está levemente fora de forma, não gordo. Mas o Flamengo, sem um bom meia, joga como time pequeno, o que dificultará a ida de Adriano para a África do Sul. A mídia aponta para Neymar, o que tira o foco de Ronaldinho Gaúcho e alivia a vida de Dunga. Ninguém mais discute se Ronaldinho deveria ir para o mundial. A dúvida agora é a de se Dunga deve dar uma chance ao garoto. Azar do Gaúcho. Kléberson não vai para a Copa e assim sobra uma vaga no meio. Michel Bastos joga de ponta direita, o que pesa contra ele na cabeça de Dunga. Sobram vagas de lateral esquerdo. O reserva de Kaká será Robinho, então Dunga pode deixar de chamar Júlio Baptista. Júlio César, Maicon e Lúcio confirmam posição de melhores do mundo. Ninguém se lembra de Alex. Já me disseram que Dunga deveria levar Roberto Carlos, pois não existe um batedor de faltas na seleção. Sendo assim, melhor levar Juninho Pernambucano, ou desenterrar o Marcelinho. Ninguém se lembra que Thiago Motta é brasileiro. O Brasil é favorito, mas já começou o pessimismo natural do Brasileiro. Luis Fabiano joga bem, mas não chega aos pés de Ronaldo, Romário ou Careca. Robinho e Nilmar jogam bem, mas não chegam nem aos pés de Rivaldo ou Bebeto. Resumindo, o ataque brasileiro é o pior das últimas copas. Dunga foi considerado um brucutu quando jogava, mais era mais técnico e melhor passador do que Felipe Melo. Temos o meio de campo tão pouco criativo quanto o de 90, quando jogavam Alemão, Dunga e Valdo. A defesa vai bem, mas há de se convir que é pouco. Somos favoritos, mas seremos mais retranqueiros do que a Itália e a Alemenha.
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O Cruzeiro joga bem. O Santos joga bem. O Grêmio joga bem. O São Paulo é, pelos jogadores, organização e dinheiro que possui, uma merda. Não sei o que acontece com o São Paulo, mas por lá se cultiva o ódio ao meia habilidoso. Não me lembro do último, mas é bem capaz de ter sido o Raí, que nem tão habilidoso era. Kaká saiu menino, foi revelado lá e o São Paulo não dava muita bola para ele. O Internacional tem bom time, mas está jogando mal. O Flamengo é o Flamengo, uma verdadeira bagunça. Mas carioca é assim mesmo, leva tudo na sacanagem. As vezes vai, as vezes não, entendeu parceiro...
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O Vitória vai ganhar a Copa do Brasil. Dessa vez não tem bozó que faça dar pra trás. O time não é bom, mas no ataque joga o Diabo Loiro e diabo que se preze adora estragar festa de Santista.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Copa dos Campeões

Daqui a pouco jogarão o Barcelona e a Internazionale. Ontem o Bayern ganhou fácil do Lyon. Um jogo sem graça, mas ganhou o mais ofensivo. O Bayern é, atualmente, um dos times mais ofensivos do mundo. Contudo, não é um time espetacular. É apenas bom. Joga com laterais ofensivos, como Lahn, um zagueiro (Demichelis) que em outros clubes jogaria como volante, e nenhum volante exclusivamente defensivo. Van Bommel, no Barça, jogava no lugar de Xavi, e Schweinsteiger iniciou a carreira como atacante. Ribéry tem o estilo de Kaká e Roben se parece a Robinho. São os dois meias do Bayern. Na frente, mais dois atacantes. Adoro ver que jogando assim se pode fazer uma final de Liga dos Campeões, mas adoraria ver o Bayern contar com jogares melhores em cada posição, como Lúcio no lugar do Belga Van Buyten, Ballack no de Schweinsteiger, além de dois bons atacantes.
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Quanto ao Barça, não contará com Iniesta mais uma vez. E tudo indica que Guardiola repetirá o esquema. Se assim for, hoje veremos o fim do "melhor Barça de todos os tempos".

Os melhores times da história.

Daqui de onde miro, duma quina recente da história e geografia do mundo, irei elencar aqueles que foram, para mim, os melhores times de todos os tempos. É claro que esquecerei grandes times, ora por desconhecimento ora por esquecimento, mas aqui estarão lembrados muitos dos times que entraram para a história. Desde logo aviso aos mais afoitos que não entrará nem o Barça, nem o Santos atuais, mas outros Barças e outros Santos sim. Impossível será dizer qual dos times abaixo foi o melhor, daí elencar as equipes por data. A maioria não acompanhei, apenas vi imagens, mas acompanharei algumas opiniões e estudos feitos por outros. Daí, além de subjetiva, a lista certamente será falha. Estará ao lado do clube o ano mais marcante. Isto não significa que em anos anteriores e posteriores o time não era tão bom. Não entram aqui as seleções. Assim, ficam de fora as seleções Brasileiras de 58, 70 e 82, a Húngria de 54, a Holanda de 74, dentre outras. Também estão fora times anteriores ao ano de 1958.
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1.Real Madrid (1960): Domínguez; Pachín, Marquitos, Santamaría e Zárraga; Vidal, Didi, Canario e Di Stéfano; Puskas e Gento.
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2. Botafogo (1962): Manga; Joel, Zé Maria, Nílton Santos e Rildo; Ayrton e Didi; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagallo.
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3. Santos (1963): Gilmar; Lima, Mauro, Calvet e Dalmo; Mengalvio e Zito; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe.
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4. Ajax (1973): Stuye; Suurbier, Blankenburg, Hulshoff e Krol; Neeskens, Arie Haan, Muhren e Johnny Rep; Cruyff e Keizer.
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5. Bayern (76): Sepp Maier; Beckenbauer, Schwarzenbeck, Hansen e Horsmann; Durnberger, Roth e Kapellmann; Rummenigge, Muller e Uli HoeneB.
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6. Flamengo (1981): Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Junior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico.
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7. Milan (1989): Galli; Tassoti, Costacurta, Baresi e Maldini; Colombo, Riijkaard, Ancelotti e Donadoni; Gullit e Van Basten.
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8. Palmeiras (1994): Veloso; Cláudio, Antonio Carlos, Cléber e Roberto Carlos; César Sampaio, Mazinho, Zinho e Rivaldo; Edmundo e Evair.
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9. Barcelona (1994): Zubizarreta; Ferrer, Nadal, Koeman e Sergi; Guardiola, Bakero, Amor e Laudrup; Stoichkov e Romário.
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10. Vasco (1997): Carlos Germano; Válber, Odvan, Mauro Galvão e Felipe; Nasa, Juninho, Pedrinho e Ramón; Edmundo e Evair.
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11. Corinthians (2000): Dida; Índio, Adilson, Fábio Luciano e Kléber; Rincón, Vampeta, Ricardinho e Marcelinho; Edilson e Luizão.
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12. Real Madrid (2002): Casillas; Salgado, Helguera, Hierro, Roberto Carlos; Makelele, Cambiasso, Zidane e Figo; Raúl e Ronaldo.
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13. Barcelona (2005): Valdés; Beletti, Puyol, Márquez e Sylvinho; Edmilson, Xavi e Deco; Ronaldinho, Messi e Etoo.
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Recordo que esta lista é bastante falha. Outros times foram tão bons e poderiam estar entre estes. Alguns destes times conseguiu juntar, em uma única equipe, a mais de um craque. Outros, formaram boas equipes em torno de um ou dois jogadores. O Madrid, por exemplo, tem uma péssima defesa. O Barça, de 94, assim como o Madrid de 2002, conseguiu juntar três grandes em uma única equipe; Laudrup, Stoichkov e Romário. O Vasco e o Corinthians foram tão bons quanto os melhores. Poucos podem contar com Juninho, Pedrinho e Ramón no meio de campo, ou Rincón, Vampeta, Ricardinho e Marcelinho. O Palmeiras era uma verdeira seleção. Sem falar no Milan, de Ruud Gullit e Van Basten. Os times anteriores a 89 devem mais à uma pesquisa do que a uma análise pessoal apropriada.
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Atualmente se tem falado muito do Barcelona e do Santos, mas depois desta lista aí acima, acho que não faz muito sentido enquadrá-los entre os melhores da história.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Fique de olho: duplas atacantes.

O Chile encantou em 98 com a boa dupla atacante formada por Iván Zamorano e Marcelo Salas. Nesta copa, outras duplas podem ficar tão famosas quanto aquela. No Chile a reedição do feito cabe ao centroavante Humberto Suazo e o meia-atacante Matías Fernández. Suazo foi o artilheiro das eliminatórias e tem uma impressionante média de gols, das maiores entre jogadores chilenos. Matías Fernández foi considerado o melhor jogador jovem da América do Sul, mas, ainda, não conseguiu atingir o nível a que está destinado. É um projeto de craque e todos esperam sua ascenção.
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Pelo Paraguay veremos uma dupla formada pelo rodado, mas jovem, Roque Santa Cruz, que joga pelo Manchester City e pelo ainda desconhecido, mas artilheiro indiscutível, Óscar Cardozo, do Benfica. Cardozo é um centroavante com o mesmo estilo de Santa Cruz. Nas últimas temporadas, vem mostrando que raramente passa um jogo sem marcar. Tem ainda 23 anos e essa Copa pode ser a melhor vitrine para o seu futebol. Em teoria só um dos dois jogariam como titular, pois a segunda vaga era do Salvador Cabañas, que possivelmente não se recuperará a tempo para o mundial.
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Mas de todas, a melhor dupla sulamericana (tão boa quanto a do Brasil ou Argentina) é a formada pelos atacantes Diego Forlán e Luis Suárez. É o casamento perfeito, o experiente Forlán, de 30 anos e muitas artilharias no curriculum, e o jovem artilheiro do Eredivisie, de 23 anos e que este ano vem mostrando o melhor futebol de sua carreira, inclusive podendo bater o record de maior marcador dos últimos 25 anos do campeonato. Atualmente, conta com 33 gols em 28 partidas (Kezman marcou 35 em 2003). É quase certo que depois desta copa o Ajax terá que deixá-lo sair para um clube maior. As semelhanças com Zamorano e Salas aumentam quando recordamos as idades dos dois chilenos no mundial de 98 e a dos uruguaios nesta copa. Naquela ocasião, Zamorano era um centroavante experiente, com passagens pelo Sevilla e Madrid, e militava pela Internazionale. Salas acabava de desembarcar na Europa, específicamente na Lázio, onde suas atuações lhe rederam o título de melhor atacante chileno da história.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Santos sempre Santos.

Ontem, muitos jornalistas já começaram a escrever a resenha de hoje com as frases: "Neymar é pipoqueiro" e "Santos só goleia time de várzea", mas salvos pelo cansaço do Santo André, e uma boa segunda parte do Santos, puderam continuar o coro de "melhor time brasileiro desde o Santos de Pelé". Assim funciona a imprensa esportiva brasileira, sempre saindo do minus ao maximus em fração de segundos, ou melhor, de resultados. Hoje Neymar é um craque, amanhã, se por ventura o Santos perde para o Santo André e para o Atlético Mineiro, Neymar é um "cai cai". O resultado faz o comentário. E dessa forma, nunca se erra. Talvez seja um signo da nossa sociedade do "aqui agora", ou do prazer imediato.
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O Santos joga bem, principalmente pela atitude em campo. Outras equipes foram melhores do que o Santos atual, como o Palmeiras de 93 a 97, o Vasco de Juninho, Pedrinho, Ramón, Edmundo e Evair, ou o Cruzeiro de Alex. Contudo, o que diferencia este Santos é a ousadia do treinador, possivelmente direcionada pelo presidente do Santos. Ontem pudemos notar como o Santos busca sempre fazer gols, não simplesmente o resultado. Vencendo por 3x1 e com um homem mais em campo, seu treinador tira o Pará, um lateral, para a entrada de Madson, um atacante. Não funcionou, pois o Santos tomou um gol, mas foi extremamente elogiável esta escolha. O Santos queria a goleada. É certo que se o Santo André empata a partida, hoje veríamos enxurradas de críticas ao treinador do Santos, pois, como disse acima, os comentários de nossa imprensa são sempre pós-resultado.
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Espero que o presidente do Santos tenha entendido que ganhar jogando bonito é mais lucrativo financeiramente, tanto porque a marca é mais vista, quanto porque seus jogadores são vendidos pelo triplo do preço. Apenas o Real Madrid, e ultimamente o Barcelona, não se contentam com uma vitória simples. O Madrid quer ser galático, quer encantar. Assim, Capelo foi demitido, mesmo sendo campeão, pois não encarnava a "filosofia" do clube. O Madrid quer ser visto e admirado. E assim se fez rico, pela beleza e genialidade de suas equipes e jogadores. Aqui no Brasil, o Santos tem tudo para imitar o Madrid, já tem história de galático, jovens promessas e, inclusive, veste branco como o time espanhol. Para isso, necessita seguir buscando golear, mesmo que perca alguns jogos, como para o Atlético Mineiro. Deve buscar parcerias para não só manter o Neymar e o Ganso, como contratar outros bons jogadores. Quem sabe o Santos não convence os zagueiros Lúcio e Juan a voltarem para o Brasil depois da copa, não mantêm o Robinho por mais 8 anos e repatria o Dudu Cearense e o Diogo, que estão no Olympiacos, do 'invisível' campeonato grego. De quebra trás de volta o goleiro Renan ou o Diego Alves.
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Infelizmente, em nossa sociedade atual, onde vale tudo pelo resultado, somos obrigados a mostrar aos donos das televisões e times que, financeiramente, é infinitamente mais lucrativo jogar bonito. Seria uma confrontação entre dois pilares da sociedade de massas, e nessa balança, o lucro está diretamente relacionado à quantidade de beleza que uma equipe pode ofertar. Então, se não somos capazes de convencer sobre a necessidade do retorno ao futebol ofensivo, via argumentos puramente estéticos, cabe apelar ao sentido financeiro da necessidade.

domingo, 25 de abril de 2010

O time ideal.

Muitos tem a seleção de 70 como o time ideal. Mas olhando de perto, não era ainda o ideal. Tínhamos um goleiro firulento, uma dupla de zaga "assim assim" e um lateral esquerdo sem pedigree. Mas o que é o ideal em uma equipe de futebol é algo difícil de dizer.
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Do goleiro ideal, esperamos que pare tudo, ou quase tudo, ou quando pouco, que nunca tome um frango. E deve saber iniciar um contra-ataque, e não se atrapalhar com uma recuada arriscada. Predomi, escrito assim mesmo, é o melhor goleiro do baba de domingo. Faz um tanto assim de defesas difíceis. Eu, pra mim, acho que ele complica de propósito. Espera a bola chegar pertinho para se deslocar. Aí, se entra, ele diz que era indefensável. Mas quando faz uma parada, é coisa de cinema. Só faz ponte de mão trocada. O engraçado é que quase sempre seu time perde. Ele diz que é por culpa dos zagueiros, que deixam chutar. Sempre que vejo Predomi, lembro de Jean, famoso goleiro do Bahia, e de Casillas, do Real Madrid. Inevitavelmente, o goleiro ideal deve ser grande. E deve estar bem posicionado. Hoje, tenho por goleiros quase ideais, a Júlio César e Bufon.
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O zagueiro ideal nunca toma um drible. Se alguém quiser passar por ele, só de muito longe. Pelo menos uns 15 metros de distância. Mas não só isso. Gaúcho, do baba de quinta, também impõe respeito. Ninguém passa por ele. Ainda tenho sua marca da chuteira em minha coxa quando tentei, inadvertidamente, passar por ele. O problema de Gaúcho é que nunca joga mais de 15 minutos, pois Keka, o juizão, é seu inimigo. Para não ocorrer o mesmo, nosso zagueiro ideal deve ser técnico, ter antecipação, pocicionamento, bom cabeceio, força física, correr mais que o atacante e, de preferência, ter o passe do Beckenbauer. Como isso é dificílimo de ocorrer em uma única pessoa, o bom time tem que contar com uma dupla de zaga que se complemente. O zagueiro de força e o de técnica. Hoje, Lúcio e Juan se complementam. Dos zagueiros que vi jogando, Baresi e Aldair seriam a melhor dupla.
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O lateral ideal deve, antes de mais, saber defender. Como sua posição não deve se limitar a defender, está obrigado a iniciar bem as jogadas. Nesta posição, mais que qualquer outra, a velocidade é uma característica utilíssima. Já o drible é atributo secundário. Marcar, subir e descer o tempo todo, cruzar com perfeição e, de quando em quando, chutar para o gol. O melhor lateral que acompanhei foi o Zanetti, hoje na Internazionale. Jorginho foi, talvez, tão bom como ele. Carlos Alberto, pelo que vi de imagens, lembra muito o melhor lateral da atualidade, nosso Maicon.
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O volante ideal é um jogador elegante. Tem que fazer tudo bem. É o jogador que poderia jogar em qualquer lugar do campo. Não necessariamente o melhor em cada lugar, mas quebraria o galho em qualquer parte. Esse é, para mim, o jogador mais difícil de aparecer no futebol. E assim como o zagueiro, o melhor que o treinador tem a fazer é arrumar uma dupla de volantes que se complemente. O melhor neste posto, hoje, é o Balack. No Brasil, não temos ninguém que se assemelhe. O último grande volante brasileiro foi Falcão. Outros grandes jogadores na posição foram Redondo, Mathaus e Gullit. Hoje, no Brasil, o melhor é o Thiago Motta. Nós nos acostumamos, nos últimos anos, a colocar um zagueiro na posição de primeiro volante e um lateral na de segundo. Nesta copa, pelo visto, veremos algo parecido. Gilberto Silva é zagueiro.
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O meia ideal deve saber driblar, correr com a bola nos pés, dar passes precisos entre os zagueiros e, também, fazer muitos gols. Zico era o protótipo do meia ideal. Como só encontramos Zicos de tempos em tempos, o treinador ideal deve formar uma dupla de meias que se complementem. Zidane e Figo formaram uma boa dupla. Hoje, no Brasil, Alex e Kaká formariam outra.
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O atacante ideal deve ter quase as mesmas características do meia ideal, porém não será tão necessário saber dar lançamentos. Por outro lado deve saber se desmarcar, chutar com as duas pernas e ter um bom cabeceio. Ronaldo era o atacante quase ideal, faltava saber cabecear. Como encontrar um Ronaldo é tarefa quase impossível, um Ronaldo cabeceador é coisa para cientistas. Por falar em cientistas, lembro-me do dia em que apresentei o Dr. Felisteu Abade, diretor do laboratório de fusões humanas de Arapiraca, ao nosso presidente Ricardo Teixeira. O Dr. Felisteu ofereceu-se para fundir Ronaldinho Gaúcho e Robinho em um jogador, no atacante ideal. Teríamos a técnica de Ronaldinho, somada a movimentação de Robinho. Teixeira gostou da idéia, mas não concordou em pagar sequer os custos da dificílima fusão. Também, Robinho, em conversa privada comigo, garantiu que não aceitaria. Se ainda fosse com o Kaká, que é bonitinho... confidenciou-me o vaidoso atacante santista.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

As favoritas: Espanha.

A Espanha nunca contou com uma equipe tão competitiva quanto a atual. Em outros mundiais, as esperanças de que a Fúria chegasse até a final vinha, sobretudo, da grande qualidade dos seus dois maiores clubes: Barça e Madrid. Só que havia um pequeno problema nessa expectativa, era que os bons jogadores destes dois times não eram espanhóis. Agora a coisa é, em parte, diferente. Apesar de continuarmos a ver que os melhores jogadores de Madrid e Barça, em grande parte, são de outras seleções, não cabe dúvida de que o combinado espanhol conta com bons jogadores.
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O melhor é, sem dúvia, Xavi, que depois que começou a ocupar uma posição mais avançada em campo, deixou de ser um regular médio defensivo (com bom passe, mas pouca marcação) para se tornar num genial meia armador. Atuando mais próximo dos atacantes, Xavi demonstrou seu excelente talendo para encontrar espaços entre os defensores. Hoje ele é o verdadeiro camisa 10 da seleção espanhola, o maestro da orquestra.
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A Espanha conta, ainda, com uma das melhores duplas atacantes da Copa; Torres e Villa. Ambos são velozes e com faro de gol. Apesar de menos mediático, Villa é o melhor dos dois. Mais inteligente, o atacante do Valencia consegue se desmarcar com muita facilidade, levando sempre perigo quando recebe o esférico próximo a meta adversária.
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Mas o que realmente chama atenção na Espanha é sua imensa qualidade de toque no centro do campo. Todos os jogadores deste setor são bons passadores e dificilmente entregam a bola para o time contrário. Roubar-lhes a bola é tarefa dificílima e aí está a chave do jogo espanhol. Ao contrário do Brasil, joga sem zagueiros no meio de campo. Seu jogador mais recuado no setor é Marcos Senna, que tem muito mais qualidade de passe e armação do que o nosso terceiro volante, seja ele Ramires, Elano ou Daniel Alves. A seu lado encontraremos o habilidoso Iniesta, que sendo da canarinha ocuparia o sítio de Kaká. Xavi, como dito, é o maestro e dita o ritmo do jogo. Fechando o quarteto teremos o mais driblador de todos, David Silva. Ele é o responsável por boa parte das jogadas individuais da Fúria, jogando como meia-atacante, assim como faz o Kaká no Brasil. Outra qualidade do setor é o seu banco de reservas, que conta com o badalado Cesc Fabregas, estrela do Arsenal e imediato de Iniesta e Xavi, principalmente. E o bom frente de zaga Xabi Alonso, detentor de um potente remate de fora da área.
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O problema da Fúria está em sua defesa. Como sempre a Espanha não conta com grandes zagueiros. Históricamente a Espanha sofre com a falta de zagueiros. Alguns ganharam fama, mas nunca foram bons zagueiros. É o caso do artilheiro Hierro. Muitos gols na carreira, principalmente em cobranças de penaltis, fizeram com que conseguisse ser comparado com verdadeiros grandes zagueiros, como Baresi ou Aldair. É claro que o fato de ser jogador do Madrid contribuiu sobremanera para essa elevação na estima popular. Contudo, defendendo, que é, pelo menos para mim, a função essencial de um zagueiro, era muito fraco. Atualmente, a Espanha conta com um bom zagueiro, Puyol, o que faz com que o problema histórico da Fúria seja, em parte, minimizado. Porém, a seu lado, veremos os fracos Albiol ou Piquet. Para piorar, a Espanha não conta com bons laterais. Na península, comparam Sérgio Ramos a Maldini, o que é, no mínimo, um verdadeiro absurdo. Sérgio Ramos, talvez o melhor lateral da Espanha, é extremamente limitado. Fora o bom jogo de cabeça e a resistência física, pouco sobra para ser comparado ao enorme Maldini.
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No gol, encontraremos o intocável Casillas. Para muitos, um dos três melhores goleiros do mundo, para mim, talvez, o terceiro da Espanha. Assim como outros jogadores, Casillas se engrandece por ser jogador do Madrid. Seu futebol lembra o de um antigo goleiro do Bahia, Jean, que sempre aparecia no ranking de defesas difíceis do campeonato brasileiro. Uma vez li, não sei se na coluna do Tostão, um elogio a Oliver Kahn. Nesta crônica, uma das qualidades apontadas para o bom goleiro, era o ser discreto. Bons goleiros chamam pouca atenção, pois, por estarem bem posicionados, dificilmente necessitam se atirar. Casillas é todo o contrário. Assim como Jean, é extremamente ágil, mas quase sempre está mal posicionado. Fora isso, sempre rebota os chutes de longa distância, oferecendo perigo a sua portaria, que poderia ser evitado caso ele encaixasse a bola, ou rebotasse para uma zona sem pergio.
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Diante disto, a Espanha é sim uma das seis principais seleções da Copa. Junto com a Holanda será a que jogará um futebol mais vistoso e alegre: o verdadeiro espírito do futebol. Contudo, uma eventual ausência de Puyol, seja por lesão ou por cartões, demonstrará sua fraquesa defensiva. Particularmente torço para que a Espanha seja a campeã. Quem sabe assim, começaremos a experimentar uma nova maneira de entender o futebol. Quem sabe não retorne a alegria a este esporte que tanto alegra.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Inter 3X1 Barça

Adoro ter razão. Mesmo que o meu time preferido perca, me embriaga quando estou certo. Disse que Guardiola vinha "desvirtuando" as características do Barcelona, jogando de maneira defensiva e explorando os contra-ataques. Ontem pudemos ver mais uma vez o Barça jogando como um time qualquer.
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Messi foi completamente anulado, ora por Motta, ora por Zanetti. Xavi, jogando muito recuado, ficou impossibilitado de deixar os companheiros na cara do gol. Sem espaços, o cauteloso time da Inter, diferentemente do ofensivo Madrid, não deu brechas para a velocidade de Pedro e Messi. Ibra, visivelmente fora de forma (se fosse o Ronaldinho, a imprensa espanhola diria que foi por culpa de uma cachaçada na noite anterior), não correu o que se esperava. E ontem, a política de catalanização do Barça, tanto elogiada nos últimos dias, foi posta em xeque. Que falta faz, senhor Guardiola, os excelentes Deco, Ronaldinho, Eto'o e Henry (que apesar de constar na ficha não conta para o clube). Todos inconcebivelmente descartados como lixo. E agora que Iniesta está lesionado...
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A Inter jogou bem. Palmas para Júlio César, que fez grandes defesas, palmas para Zanetti, que ontinua sendo um dos melhores laterais do mundo, palmas para Maicon, que é o melhor, e palmas para Motta, que ganhou por cima, por baixo, iniciou jogadas e fez o que todo frente de zaga deveria. De roubadas de bola de Motta saíram dois gols da Inter. Motta é hoje um dos melhores em seu posto, tão elegante quanto Redondo.
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A semifinal ainda está indefinida, a vantagem é boa, mas o Barça conta com um craque, que não jogará muito bem em todos os jogos, mas sim na maioria deles. Tem ainda o melhor passador da atualidade e pode contar com o retorno de Iniesta. Guardiola, que nunca me convenceu, e a política de catalanização da diretoria do Barça foi extremamente injusta com as principais peças do melhor Barça desde 93 e agora pode pagar o pato. Como disse em outro post, o Barça tem as mesmas chances de ganhar e de perder a Liga dos Campeões e o campeonato espanhol. E um resultado como o de ontem pode abalar o ânimo dos jogadores na reta final do espanhol.
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E cuidado: se o Barça não ganha nada e a Argentina vai mal na Copa, Messi será, injustamente, tratado como mais um lixo da equipe catalã e, quem sabe, decartado no depósito mais próximo do Camp Nou.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Em cima do muro.

Muitos leitores me criticam por eu não radicalizar sobre minhas opiniões, dizem que eu sempre fico em cima do muro quando trato da situação de Dunga na seleção. Então resolvi escandalizar. Vou criticar feio agora. Se o Dunga não gostar, problema dele, estou apenas dizendo o que para mim é uma verdade. Chega de ficar em cima do muro. E aí vai: Dunga, meu filho, aquela camisa florida sua é completamente cafona. E mais, você está horrível na propaganda da Brahma.
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Brincadeiras a parte, não tenho queixas à pessoa Dunga. Ele está fazendo o que todos nós já sabíamos. Inclusive, superando as nossas expectativas. Quem imaginaria que o Brasil ganhasse a Copa América e a Copa das Confederações... Pois bem, minha crítica vai contra os que contrataram Dunga, que são os mesmos que contrataram o também retranqueiro Parreira e o Felipão, que nada mais é do que um Dunga experiente. Desde a geração de Zico, Falcão, Junior e Cia, comandada pelo excelente Telê Santana, foi instituída a maneira italiana de entender o futebol na CBF. Na Itália se vibra mais quando um zagueiro rouba a carteira do atacante do que quando é marcado um gol. E, excetuando a seleção de 98, tentamos ser italianos na maneira de jogar. E vejam só, conseguimos ter êxito.
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Na mentalidade dos dirigentes e torcedores atuais, o que mais importa é o resultado. Ganhar todos os jogos por 1x0, tendo apenas uma chance de marcar durante os 90 minutos é melhor do que ganhar 80 jogos dando espetáculo e ter uma derrota de 2X3 no curriculum. É assim que pensamos os Brasileiros, infelizmente. Quantos de nós trocaríamos as Copas de 94 ou 2002 pela de 82, pergunto. Só alguns poucos mentecaptos, dirão vocês. E vale lembrar que vivemos em uma democracia, e como tal, a maioria vence. Infelizmente.
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Então chega de choro. Não cabe a mim falar de Dunga, mas sim de como joga a seleção brasileira. Infelizmente, joga na retranca. Não digo que joga pelo resultado, pois acredito que se pode vencer também jogando no ataque. Defendo que as chances de perder jogando no ataque ou na retranca são as mesmas, quando se pode contar com grandes jogadores. Então melhor perder jogando bonito a perder como em 90. É questão de lógica.
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Na Copa passada fomos igualmente retranqueiros, mesmo com dois centro-avantes e dois meias em campo. Ser ofensivo é uma questão de mentalidade, não (exclusivamente) de jogadores em campo. E quando se entra em campo, como em 2006, com jogadores com características ofensivas, mas com uma mentalidade cautelosa é, inclusive, pior do que entrar com jogadores de características defensivas. Para que colocar um lateral ofensivo se ele não tem liberdade de passar do meio de campo... Então, dizer agora que em 2006 perdemos ofensivamente é uma mentira deslavada. Éramos extremamente cautelosos, e perdemos.
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Minha tristeza é ver que o brasileiro não dá mais importância ao futebol bem jogado. Se ganhar tá bom. E vem aquela verborréia futebolista que quer nos enganar afirmando que não existe adversário fácil. Conversa. Claro que existe. Jogar contra a Bolívia e não enfiar pelo menos três, deveria ser considerado um fracasso. Não digo que não respeite a Bolívia, mas é que existe uma disparidade entre os jogadores daqui e de lá incalculável. Daqui a pouco vão dizer que ganhar de 1x0 de San Marino é algo natural para o Brasil. Balela.
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Deveríamos imitar a Espanha, que joga sem frente de zaga e sempre buscando o gol. Ou como vem jogando o Santos. Imaginem a seleção brasileira com um esquema como o do Santos... Seríamos quase imbatíveis.
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Só me faltava essa, quer dizer que os jogadores espanhóis são melhores do que os brasileiros... Conversa. Poderíamos jogar com a mentalidade da Espanha atual e com uma linha de defesa muito mais eficiente. Temos, ao contrário da Espanha, grandes zagueiros e goleiros. O que nos falta é, como se diz na Espanha, "cojones". Somos um monte de menininhas com medo de perder um jogo. E não adianta culpar o Dunga, ele é apenas o reflexo de nossa nação.

E chegam as finais.

Por conta da Copa, os principais campeonatos entraram no reta final este mês. E em quase todos o campeão continua indefinido.
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Na Alemanha a disputa está entre o Bayern de Ribéry e Roben, e o Schalke 04 de Mineiro e Rafinha. Dois pontos separam os dois. Tudo indica que o Bayern levará o título, contudo os jogos da Copa dos Campeões podem atrapalhar o desempenho do clube bávaro na Bundesliga.
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Na Itália a disputa está entre a Roma de Juan e Júlio Baptista e a Inter de Motta, Maicon, Lúcio e Júlio César. Ninguém questiona a superioridade da Inter, porém, assim como o Bayern, os jogos contra o Barça poderão ser determinantes. Fora isso, a Roma vem de uma sequência impressionante e demonstra que não deixará a ponta do Calcio com facilidade. Infelizmente, o péssimo Milan de Ronaldinho vai praticamente abandonando a pompetição. O que servirá de argumento para Dunga, quando questionado sobre a ausência do Gaucho.
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Na Premier League o Chelsea e o Manchester estarão pescoço a pescoço. Os dois grandes da Inglaterra estarão totalmente focados no campeonato, que pode coroar uma excepcional temporada de Rooney. Para isso, o United terá que contar com um tropeço do Chelsea. Vale a pena acompanhar esta reta final de perto.
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Já na Espanha, o que parecia definido com a vitória do Barça sobre o Madrid em pleno Bernabéu, promete novos capítulos bem dramáticos. Imaginem só, o melhor time do mundo, para muitos um dos melhores da história, terminar a temporada sem títulos. O Barcelona tem, para mim, as mesmas chances de finalizar o ano como o grande vencedor ou como o grande fracasso da temporada. Contra o Espanyol, Guardiola entrou com um esquema bastante defensivo, dependente das genialidades de Xavi e Messi. Se deu mal. Contra o Madrid, também entrando com muita cautela e visivelmente buscando os contra-ataques, conseguiu vencer. Contudo, se continuar a jogar com tantos volantes defensivos como nos últimos dois jogos, terá grandes chances de jogar a Liga pelo ralo. Enfrentará os bons times do Villareal e do Sevilla fora de casa. E ainda poderá sofrer com os jogos da Copa dos Campeões contra a Internazionale.
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No paulista, tudo indica que dará Santos. E assim espero. É muito bom ver um time que joga com Arouca e Marquinhos de volante conseguir ganhar e encantar. Neymar vem mostrando que tem faro de gol, mas ainda é cedo para dizer que será um craque. Com Ganso passa o mesmo. Quatro meses não faz de ninguém um craque. Quanto a irem para a Copa, acho que só irão se ganharem o paulista e a Copa do Brasil, com excelentes atuações.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

As favoritas: Inglaterra.

A Inglaterra sempre entra em uma Copa como uma das favoritas, porém raramente tem um bom time. O elenco atual é o melhor que já vi em uma seleção inglesa. Tem, assim como o Brasil, a melhor dupla de defensores da Copa, com Terry e Ferdinand, e dois bons laterais. No meio de campo, contará com a qualidade de passe de Gerrard e o forte chute de Lampard. E no ataque, a Inglaterra tem Rooney, o melhor centroavante da atualidade, além do habilidoso Joe Cole e do veloz Defoe. Jovens promessas inglesas ainda podem despontar na África do Sul.
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Com um especialista em armar times retranqueiros, como Fábio Capello, e dois grandes zagueiros, a seleção inglesa será uma das mais difíceis de passar. Podemos esperar um jogo burocrático, com muitos passes de primeira e um veloz contra-ataque. Rooney vive a maturidade de seu futebol e se nenhuma lesão o perturbar, certamente estará entre os melhores do mundial. As bolas paradas serão armas letais, tendo em Lampard e Gerrard os principais cobradores. E também são os dois volantes ingleses os que mais assutarão em chutes de fora da área.
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A Inglaterra passou fácil em seu grupo nas eliminatórias. É certo que caiu em um dos grupos mais fáceis, tendo a Ucrania ficado com a vaga da repescagem. Assim como o Brasil, o entrosamento e a solidez defensiva serão as principais qualidades desta seleção. E as bolas paradas, os contra-ataques e a excelente fase de Rooney deverão ser notados.
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Possivelmente, não será uma seleção que empolgue, mas certamente será uma das candidatas ao título. Quem sabe é desta vez que a Inglaterra entrará por justiça no seleto grupo das melhores do mundo.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Neymar: ensaio de futurologia.

Todos os anos ímpares, como de costume, surge um novo Pelé no Brasil e um novo Maradona na Argentina. Se não me falha a memória, foram novos maradonas, entre outros, Ortega, Aimar, D'Alesandro, Dátolo e Messi. E do lado de cá do Rio da Prata, Denner, Denilson, Ronaldinho, Robinho, e agora a bola da vez é o Neymar.
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Ninguém recorda aquele jornalista que primeiro afirmou que Denilson seria um dos melhores jogadores de todos os tempos, assim como ninguém recorda o nome de uma cartomante que previu um fato que não ocorreu. Contudo, todos recordarão que foi Mãe Dinah quem previu o Brasil campeão em 94. Ocorre que só os acertos são lembrados. E só o primeiro a prever o futuro leva os louros. Daí sempre existirem jornalistas apressurados em nomear tal ou qual jogador como o novo Pelé ou o novo Maradona. Assim, caso acertem, passarão o resto da vida relembrando seu feito.
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O tempo costuma dar seu veredito sobre se um jogador é ou não um craque. No caso de Messi, quem previu que ele seria o novo Maradona, pode começar a alardear sobre seu feito. Hoje ninguém duvida que Messi atingiu um nível altíssimo e já pode ser considerado um craque. Se ele irá manter o nível por muito tempo, só o futuro e Mãe Dinah poderá dizer. Quanto ao Neymar, dizer que ele será um craque é sobremanera arriscado. O que de minha parte cabe é analizar o presente, e, do que vejo de características neste jogador de hoje, projetar um futuro. Futuro esse sempre nebuloso, incerto.
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Neymar é a melhor promessa do futebol brasileiro, desde Ronaldo. Ele tem algumas características que depõe a seu favor. Comparando-o com Robinho, o que é inevitável, ele aparece como um jogador mais completo. Robinho, como já disse, tinha, e ainda tem, um enorme potencial para se tornar um craque. Mas para isso, deve aprender a fazer gols. Em nenhum momento de sua carreira, Robinho foi decisivo como artilheiro. Por outro lado, Neymar, assim como Ronaldo, parece ter em sí essa facilidade para fazer gols. Também consegue se desmarcar com muita facilidade e, ainda, encontrar espaços onde aparentemente não existem. Todas essas são características de um craque.
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Todo jogador, sem exceção, tem seu ano de craque. Algumas vezes se dá no início da carreira, outras no final. Vejam o exemplo de Afonso, que foi o maior artilheiro do campeonato holandês, superando as marcas de Romário e Ronaldo. Todo jogador tem um ano em que toda bola que toca, até displicentemente, acerta. Se é atacante, até os chutes para fora rebotam em alguém e acabam entrando. É uma lei inexplicável da mecânica futebolista. O craque é aquele que mantêm ano após ano uma regularidade. Não será todos os anos fenomenal, mas em todos os anos jogará bem.
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Neymar, por ser ainda garoto, pode estar neste ano de craque. Daí não podermos afirmar nada ainda. Contudo, ele já demonstrou mais do que outras promessas da atualidade, como o Alexandre Pato. Dá a impressão de que Neymar é mais completo. Contra ele, talvez pese esse seu jeitão de marrento. Nem todos conseguem ser como Romário. É bem provável que, saindo do Santos, Neymar possa encontrar alguma dificuldade para lidar com companheiros e treinadores. Este trato com o vestuário é decisivo para a carreira de quase todos os jogadores. São poucos os que conseguem conviver bem com a fama precoce.
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Então, como não costumo fazer ensaios de futurologia, ficarei na esperança. Hoje Neymar não merece ser convocado para a Copa, mas ele ainda tem dois meses para convencer. Sempre alguém se lesiona instantes antes do início do Mundial. E se Neymar conseguir repetir jogo após jogo grandes atuações, pode sim ser esse jogador de última hora.
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Vale lembrar que o esquema do Santos favorece qualquer atacante. Ter um time com Arouca, Marquinhos e Ganso no meio de campo facilita a vida de qualquer jogador.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Futebol Elegante.

O Brasil tem hoje a sua disposição três grandes meias de ligação; Kaká, Ronaldinho e Alex. Cada qual com uma característica marcante distinta, e cada qual pode ser resumido por uma única palavra.
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Kaká é "Objetivo". É veloz, forte, com uma grande responsabilidade tática e está sempre com a meta adversária em mira. Tenta sempre chegar ao gol da maneira mais rápida possível. Não faz firula, não toca para trás, simplesmente avança. Normalmente com a bola nos pés. Tem um potente chute de fora da área e costuma utilizá-lo. Tem passadas largas e necessita espaço para progredir. Pode ser letal em um contra-ataque.
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Ronaldinho é "Técnico". Nunca houve um jogador mais técnico do que Ronaldinho. Technicus, em latim, significa aquele que domina uma arte, o perito. Ronaldinho é um verdadeiro perito de futebol. Tem todos os fundamentos técnicos aperfeiçoados. Ninguém tem seu domínio de bola, poucos conseguem imitar seus passes milimétricos, está entre os melhores batedores de bolas paradas, chuta bem, cabeceia bem, protege bem a bola. Consegue correr com a pelota presa aos pés. E seus dribles são obras de arte. Tardaremos decênios até que surja outro jogador mais técnico do que ele. Contudo lhe falta a principal qualidade de um jogador: a elegância.
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E "Elegante" é Alex. Elegância vem do latim elegantia, que por sua vez deriva da palavra legere, eleger. Elegante, neste sentido, é aquele que elege bem, aquele que elege dentre todas as possibilidades, a melhor, a mais acertada, a correta. E Alex é um verdadeiro maestro elegante. Em um jogo de futebol, a elegância se sobressai sobre a força ou a técnica. Assim como Zidane e Falcão, Alex joga um futebol elegante. Se é preciso driblar, tentará o drible, se a melhor alternativa é o tiro ao gol, certamente veremos um chute, se o momento requer um passe, deixará um companheiro em situação de gol. Comparado aos outros dois, Alex é o mais tímido fisicamente e o que menos chama atenção em campo. Não joga só. É um maestro e necessita pupilos. Mas tem a natural qualidade do bom maestro de fazer ressaltar o melhor de seus tutelados. É o verdadeiro camisa 10, o organizador.
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Por isso defendo não somente a convocação de Alex para a Copa, mas também de que jogue como titular. Se Dunga não abre mão de um esquema com três volantes, que deixe Káká no banco, não Alex. Em minha seleção ideal estariam os três, com Ronaldinho jogando bem perto da área, como segundo atacante. Mas o que nunca poderia acontecer é deixar mais uma vez de fora da Copa o melhor meia que o Brasil já teve, depois de Zico.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

As favoritas: Argentina.

Ganha um doce quem acertar o onze inicial da Argentina no primeiro jogo da Copa. Dou até dez tentativas. Assim será o início da Argentina na África do Sul: uma incógnita. A única certeza é a de que Messi e Mascherano jogam como titular, de resto tudo pode acontecer. Sequer sobre o esquema Don Diego deixou pista. É provavel que a Argentina jogue com dois pontas; Jonás Gutierrez e Di Maria. Mas isso só saberemos quando a albiceleste entrar em campo.
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E com toda essa confusão, vocês me perguntarão se a Argentina está entre as seis melhores seleções da atualidade... E eu afirmo que sim. Principalmente por contar com Messi. Mas um jogador não ganha copa, vocês me dirão. E é verdade. Mas Maradona conta ainda com alguns bons jogadores, como os volantes Mascherano e Cambiasso, o polivalente Zaneti, o veterano Verón, o horroroso Tévez e o promissor Di Maria.
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A Argentina conta com um péssimo goleiro, uma defesa mediana e um grave defeito: tamanho. A albiceleste é uma seleção de nanicos. Tamanho não é tudo, mas é um fator importante. Bolas na área serão armas letais contra los hermanos. E são muitas as seleções que se armam com essa estratégia.
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Por outro lado Maradona pode conseguir armar um esquema que privilegie a velocidade de seus atacantes. Messi, Téves, Di Maria, Higuaín são todos muito velozes. Para isso deve priorizar ou um centro de campo com bom passe ou um jogo no contra-ataque. Eu optaria pela primeira saída, mas não tenho a menor idéia do que fará Don Diego.
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A ausência de Riquelme, o Xavi da Argentina, será sentida. Um desentendimento entre treinador e jogador foi a causa. O veterano Verón tem a missão de substituí-lo, mas Riquelme é um daqueles jogadores insubstituíveis. Oxalá a paz reinasse no "Reino de la Plata".

sábado, 10 de abril de 2010

Mitos do futebol.

Não existe essa de jogador que é um craque em seu time, mas um fiasco em sua seleção. Se o cara não consegue repetir as boas atuações na seleção é, ou por que os companheiros de seleção são péssimos ou porque o treinador não o posiciona de maneira correta. Atualmente se tem falado muito que Messi só joga bem no Barcelona. Isso é uma verdadeira mentira. Messi faz boas atuações na Argentina sim, contudo a seleção Argentina vem jogando com muita irregularidade, diferentemente do Barça. Aqui no Brasil ocorreu o mesmo boato com Alex e Ronaldinho. Ambos foram criticados por não atuarem bem na seleção. No caso dos dois, além de ser uma verdadeira mentira, é uma vergonhosa mistificação criada pelo senhor Galvão Bueno.
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Recordo escutar meus copanheiros repetirem as palavras de Galvão Bueno sobre Alex depois de um jogo da seleção. Muitos sequer assistiam os jogos. Outros assistiam, mas sem a devida atenção. Foi então quando me ofereci a narrar e comentar um jogo do Brasil, junto com amigos. E consegui, com meus comentários, demonstrar que Alex não jogava mal, constatando ainda que o senhor Galvão Bueno praticamente só narrava o nome de Alex quando este errava, afirmando, em seguida, que não estava jogando bem ou estava apagado. Alex jogou tão bem na seleção quanto no Palmeiras, Cruzeiro ou Fenerbahçe. E o motivo de nunca ter disputado uma Copa jamais saberemos.
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Já Ronaldinho é um pouco diferente. Acredito que ele poucas vezes foi bem posicionado em campo. Nesta Copa Messi poderá desmistificar um pouco essa "idéia de bar". Existir jogador que só jogue bem no clube ou é um mito ou uma "Galvambuenizada".

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Messi e Ronaldo.

A imprensa na Espanha e na Argentina já começa a dizer que "Messi tabela com Deus". Vamos devagar... Estes mesmos jornalistas, caso a Argentina vá mal na Copa, irão criticar Messi, e dirão que ele só joga bem no Barça. A imprensa gosta muito de superlativos, ou o cara é o melhor do mundo ou é prejudicial à equipe. Vejamos o caso Ronaldinho.
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Messi é hoje o melhor jogador em atividade, mas vale lembrar que atrás dele joga o melhor meia da atualidade, Xavi. Afirmar que Messi está entre os dez melhores jogadores de todos os tempos é ainda um tanto forçado. Para um jogador entrar numa lista tão seleta é imprescindível que se mantenha no topo por pelo menos seis anos de sua carreira. Messi está entrando no segundo. Tem ainda muito caminho pela frente. E o futuro pode lhe apresentar algumas dificuldades, desde problemas com o clube à problemas musculares. Vale lembrar que Ronaldo com vinte anos era melhor do que Messi é hoje com vinte e dois. Inúmeras lesões fizeram com que a carreira do Fenômeno não seguisse o fluxo a que estava predestinada.
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Messi tem um grande futuro pela frente, mas é bom mantermos a calma. Que tenha mais sorte do que o nosso Ronaldo. E aí vai um conselho: não saia do Barcelona jamais, pois o melhor para um jogador de futebol é a continuidade.

As favoritas: França.

Sim, a França é uma das seis melhores seleções do mundo. Isto não quer dizer que esteja jogando bem, mas tem como fazê-lo. Tem grandes jogadores em seu elenco, sendo uma mescla de veteranos, jovens e jogadores no auge da carreira. Sem sombra de dúvidas, a responsabilidade maior cairá sobre Ribéry, que representa para França o mesmo que Kaká para o Brasil. Inclusive ambos tem características similares, sendo que Ribéry pode atuar mais pelos lados do campo.
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Não será a França de 98, que contava com meio time excepcional (Desailly, Thuram, Vieira, Zidane e Henry), mas será um França tão boa quanto a que eliminou o Brasil na Copa passada. Ribéry está melhor agora do que em 2006 e pode atenuar a auxência do craque Zidane. Henry está pior, mas ainda é um bom atacante. Ao seu lado deverá jogar Anelka, um dos grandes centroavantes da atualidade. Outro destaque na França deverá ser o Petit Zidane: Gourcuff.
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Gourcuff vem alcançado maturidade e pode ser a grande surpresa na África do Sul. Ao lado de Ribéry forma uma dupla tão boa quanto a da Holanda (Sneijder e Van der Vaart). Para fechar o meio de campo a França não contará com um volante tão bom quanto Vieira, mas poderá formar uma dupla com bastante poder defensivo. Diaby vem se destacando no Arsenal, Diarra no Real Madrid e Toulalan no Lyon. A França conta, ainda, com os jovens Nasri e Benzema, que podem ser duas belas alternativas para o segundo tempo. Conta com dois laterais bastante ofencivos. Evra, o melhor deles, joga pela esquerda, sendo hoje, talvez, o melhor lateral esquerdo da liga inglesa. E Sagna, que joga pela direita, é bastante rápido para chegar ao ataque.
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Talvez o maior problema Francês seja no setor defensivo, pois seu melhor defensor, Gallas, sofreu uma lesão que pode prejudicar o seu rendimento na Copa. Domenech ainda não conseguiu fazer a França jogar como pode, mas isso não signifique que não possa conseguir, sobretudo porque a França caiu em um grupo relativamente fraco, o que lhe permitirá ir evoluindo na fase de grupo. Vale lembrar que nas eliminatórias, a França não conseguiu jogar com os seus melhores jogadores em nenhuma das partidas, seja por contusões ou suspensões.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

As favoritas: Holanda.

Uma das grandes favoritas ao título na Africa do Sul é a Holanda. Poucos apontam a Holanda como uma das favoritas, mas acredito que suas chances são iguais as da Espanha, inclusive por possuir um estilo de jogo muito parecido ao da Fúria. Conta com três bons zagueiros, Mathijsen (Hamburgo), Ooijer (Blackburn) e Heitinga (Atlético de Madrid). Um bom frente de zaga, De Jong (Manchester City) e um grande passador como segundo volante, Van Bommel (Bayern Munique). Daí para a frente só jogadores habilidosos, como os meias Sneijder (Inter) e Van der Vaart (Real Madrid), além dos atacantes Roben (Bayern Munique), Van Percie (Arsenal), Kuyt (Liverpool) e Van Nistelrooy (Hamburgo), que para mim é, junto a Rooney, o melhor centroavante da Copa. Ainda cabe imaginar o retorno à seleção de um dos melhores goleiros da atualidade, o veterano Van Der Sar. Uma seleção equilibrada. É certo que a Holanda não conta com um craque, mas tem em seu elenco um plantel muito bom em todas as posições. E como craque só quem tem é a Argentina...
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A Holanda fez uma excelente primeira fase na última Eurocopa, mas contra a Rússia, nas quartas de final, os astros conspiraram contra, e não pudemos ver o embate entre as duas melhores seleções daquela edição; Espanha e Holanda. Por isso afirmo ser a Holanda, hoje, uma das seis melhores seleções que irão para a África do Sul. Podemos esperar uma seleção que joga para frente, com muita habilidade e um grande centroavante. Dois meias que se completam e uma defesa consistente. Desta vez a Laranja Mecânica pode sagrar-se campeã, fazendo justiça às duas finais perdidas no passado.

terça-feira, 6 de abril de 2010

O único craque da Copa.

Em todas as épocas o futebol apresenta alguns bons jogadores, uma massa de trabalhadores da bola e um punhado de craques. São Maradonas, Zicos, Tostões, Falcões, Zidannes, Ronaldos, Romários, Beckenbauers, os que realmente fazem com que o futebol seja isso que tanta encanta. Atualmente a safra não é das melhores. A imprensa quando encontra um jovem talentoso, vende o que ele pode chegar a ser como sendo já a realidade. Assim afirmam que tal ou qual jogador já é um craque, quando na verdade é um bom jogador em formação. Isso acontece com todos e basta citar os exemplos recentes de Roben, Robinho e Messi. Ambos foram comparados com Cruyf, Pelé e Maradona, quando ainda estavam buscando um futuro no futebol. A maior parte dessas grandes promessas não consegue materializar aquela imagem que se criou em torno a eles. Quantos Denilsons existiram e irão existir...
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Messi apareceu como um craque, quando era apenas um bom ponta esquerda. Veloz, driblador, mas com pouco potencial de decidir uma partida. Jogava em uma excelente equipe, o que ajudou o culto à sua imagem. Isso também aconteceu com Robinho e Roben. Ambos eram bons dribladores, velozes, mas com pouco faro de gol. Ou seja, jogadores incompletos. Bons, mas nunca craques.
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Ocorre que Messi conseguiu dar o salto, ao contrário dos outros dois. E hoje, aos 22 anos, já deve ser rotulado como craque. É certo que nunca ganhou uma Copa do Mundo, mas isso não será motivo para não compará-lo com os grandes craques do passado. Outros foram craques, como Zico, Falcão, Puskas e Cruyf, sem nunca terem ganhado uma Copa. E Messi tem o tempo a seu favor. Possivelmente disputará outras três.
Não vejo fácil o caminho da Argentina na África do Sul, pois não conta com uma boa defesa e tem um meio de campo apenas regular, mas quem sabe poderemos ver uma nova façanha como a de 86... A Argentina tem a grande vantagem de contar com o único craque da Copa.

Futebol e Religião.

Antes de mais, quero dizer que sou um agnóstico em busca de credo. Andei pensando em ser budista, quase acredito no I Ching e sempre leio o Tao-Te King. Mas acho que a distância entre a minha sensibilidade ocidental e a sensilibidade do homem oriental faz com que nenhuma adoção a credo existente seja verdadeiramente sincera. Ou seja, haveria de aparecer uma nova maneira de vivencia para que esta possa me adotar. Enquanto isto não ocorre, sigo na quase-angústia da minha existência, em busca de algo que faça sentido e tentando respeitar qualquer credo ou visão do mundo vigentes. É certo que algumas Igrejas capitalistas merecem minha crítica ferrenha.

Tudo isso digo para comentar sobre o bafafá que deu no Santos, quando a turma dos evangélicos se recusou a entrar em um centro espírita que tem um programa onde são atendidos portadores de deficiência cerebral e outras deficiências. A idéia da diretoria do Santos era fazer uma "marketinzinha", levando ovos da páscoa para os pacientes, mas as principais estrelas santistas se recusaram a descer do ônibus que ficou parado na porta. Me pergunto se eles foram forçados a entrar no ônibus ou se foram enganados. Tenho minha teoria: o Dorival Junior chamou todo mundo para comer o churrasco, objeto da aposta perdida no dia anterior. Só que no caminho disse que daria uma paradinha para deixar uns ovos da páscoa. Nisso, os menininhos da vila ficaram de calundú, pois já havia passado da hora de comer. Uns, inclusive, haviam deixado de tomar o café da manhã para poder dar mais prejuízo ao treinador. E menino com fome já sabem como é... Não desço, não desço, não desço! Nessa, deixaram o presidente com cara de bobo. E presidente com cara de bobo é um ser vingativo. Pior para os atletas, que serão obrigados a pedir desculpas em público no enfadonho programa de Jô Soares.

E eu fiquei com uma dúvida existencial. Depois disso, será que ainda tem churrasco...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Fique de olho: jovens promessas.

Em todas as Copas do Mundo surgem para o grande público jovens jogadores. Neste não será diferente. Dentre os pouco conhecidos iremos destar alguns nomes que poderão se tornar famosos.
Jogando pela França, destaco dois jovens meias; Samir Nasri, um meia veloz, de muita habilidade e controle de bola e que joga atualmente como titular da forte equipe inglesa do Arsenal. É conhecido como Le Petit Prince. E Yoann Gourcuff, que devido à semelhança física e de características de jogo, foi apelidado de Le Petit Zidanne. Gourcuff joga pelo Bordeaux e foi um dos responsáveis pelo título francês conseguido na passada temporada, sendo, inclusive, considerado o melhor jogador do torneio.
Outros dois jogadore que podem "aparecer" nesta Copa são os argentinos Di Maria e o inglês Theo Walcott. Ambos tem características parecidas, jogando pelas pontas com extrema velocidade, dribles fáceis e boas assistências. Também cabe lembrar os nomes dos atacantes Giuseppe Rossi, da Itália e Villarreal, e o grandalhão Bendtner, da Dinamarca e do Arsenal. Rossi vem jogando regularmente pela equipe espanhola, é rápido e finaliza bem. Seria o Nilmar da Itália. Já Bendtner joga como verdadeiro centroavante. Com seus 1,93m faz muitos gols de cabeça, além de proteger bem a bola e contar com uma grande velocidade.
Talvez os leitores estejam sentindo falta de outros garotos aqui nesta lista, mas recordo que esta lista é de jovens jogadores que ainda não alcançaram grande fama e podem, neste mundial, se transformarem em jogadores de referência. Neste caso, não caberia acrescentar aqui os nomes de Messi e Aguero, da Argentina, assim como o de Bezema da França, que apesar de jovens, já estapam anúncios publicitários por todo mundo.

Ronaldo, Fenômeno.

Já nos acostumamos a ter um centroavante "fenomenal" como 9 da seleção brasileira. Vale lembrar de Ademir, Vavá, Coutinho, Reinaldo, Careca, Romário e Ronaldo. Atualmente nos falta este 9 fenomenal. É certo que temos alguns bons jogadores nesta posição, como também é certo que o Brasil já foi campeão sem contar com um 9 fenomenal (ex. 1970, com Jairzinho). Luís Fabiano e Adriano são bons atacantes, mas nunca figurariam em uma lista de melhores centroavantes do futebol brasileiro. E nisso não podemos reclamar de Dunga, pois não contamos com outro centroavante melhor do que os dois atualmente selecionados. E então fica aquela dúvida, caso um dos dois se lesione antes da Copa, quem seria o convocado...
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Grafite foi artilheiro do campeonato alemão do ano passado, mas sempre foi um jogador apenas regular. Fred esteve bem no Fluminense e foi reserva da copa passada; poderia ser uma alternativa. E acho que acabou. Não temos outro centroavante com um mínimo de qualidade para ir para a Copa. Ah, espera... tem o Dôdô, mas Dôdô... hum. Se alguém encontrar outro nome eu dou um doce.
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Eu tenho, eu tenho: leva o gordo.
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Pois é, mas gordo não pode jogar. Eu particularmente apostei que o Ronaldo estaria em forma este ano, e seria convocado para a Copa do Mundo, e daria uma baita sorte com a lesão do Luís Fabiano no primeiro jogo, e seria campeão e artilheiro da Copa com 6 gols, e entraria para a história definitivamente, e seria melhor do que Pelé. Mas vendo seus últimos jogos, pude constatar que ele está mais pesado do que no dia em que apostei nele. Ronaldo marcou dois gols nos últimos dois jogos, e caberia imaginar uma recuperação relâmpago faltando dois meses para a Copa, além de uma lesão repentina de Luís Fabiano, e uma cachaçada homérica de Adriano. Assim teríamos Fred e Ronaldo na Copa, mas isso, infelizmente, é quase impossível. Uma pena! Com Ronaldo seria outra Copa...

sábado, 3 de abril de 2010

Faça gols e vá a Copa.

Há alguns dias assisti uma partida da UEFA, na qual haviam 5 árbitros; os três habituais e outros dois atrás de cada gol. E exatamente na primeira partida que assisto com esses auxiliares de gol, foram marcados, acertadamente, dois penaltis. Há muito venho dizendo que o futebol deveria fazer alguns ajustes na regra, e uma delas era aumentar o número de árbitros. Defendo ainda que se utilize mais três árbitros de imagens. Estes seriam incumbidos de auxiliar o árbitro principal com a ajuda das imagens de televisão. A idéia do chip para saber se a bola entrou também é excelente. Mas, para mim, as principais mudanças nas regras do futebol deveriam ser no que se refere ao número de faltas e ao carrinho. Defendo que tanto o jogador faltoso quanto o time devem ser punidos, por exemplo, caso um mesmo jogador faça cinco faltas deveria ser substituído. E se deveria punir a equipe que faça mais de dez faltas por tempo com um tiro livre da cabeça da área. Quanto ao carrinho, deveria ser proibido. Deu carrinho é falta, machucou, vermelho. As piores lesões ocorrem, em sua maioria, por uma entrada de carrinho. Acredito que assim poderíamos ver em campo mais jogadores habilidosos.


Hoje assisti a Internazionale marcar 3x0 no Bologna, com uma excelente atuação de Thiago Motta. Ele marcou bem e quase não errou passes, dando alguns passes que poderiam resultar em gol, caso os atacantes não os desaproveitassem. Além disso, marcou dois gols. Uma pena que só se valorizem os jogadores que marcam gols. Goleiro que marca gol é craque, zagueiro que marca gol é craque, lateral que marca gol é craque. Ouvi o Neto afirmar: Rogério Ceni é o melhor goleiro do futebol brasileiro, bate falta como ninguém. O espanhol Hierro era considerado um dos melhores zagueiros do mundo também porque fazia muitos gols de cabeça e cobrando penalti. E com nosso Roberto Carlos também passou o mesmo. Ninguém se importa se o zagueiro-artilheiro leva dribles até do Zambeta, lá do baba de quarta. Thiago Motta não é um bom volante porque marca gols, e sim porque defende bem, tem um excelente passe, critério e visão de jogo. Protege bem a bola e consegue se livrar de um congestionamento no meio de campo. Quando jogava pelo Barcelona nunca conseguiu se firmar como titular devido às frequentes lesões que o acompanhavam. Faz mais de um ano de sua última lesão mais séria. Cabe esperar que no meio do ano, jogando como titular da Inter e em forma, ele seja o melhor volante defensivo que o Brasil pode ter. Espero que ele marque mais uma dozena de gols, pois só assim será valorizado no Brasil.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Se eu fosse Dunga...

No Brasil, e em alguns países do mundo, todos entendem de futebol e sabem qual seria a melhor maneira de armar seu time. A grande maioria das pessoas sequer assiste a meia dúzia de jogos e, quando assistem, já interpretam a partida traduzida pelos comentaristas. Muitos fazem afirmações sobre o estilo de um jogador sem ter assistido um jogo sequer do atleta. E assim, afirmam com toda convicção que fulano não pode jogar com sicrano, ou que beltrano é pior que Zambeta, lá do baba de quarta. Não digo que estes "comentaristas" sempre estão errados, mas se acertam nos comentários é por pura sorte.

Atualmente, na seleção, o debate maior é sobre a reserva de Daniel Alves. Um absurdo para muitos. E a convocação ou não de Ronaldinho. Para muitos, como Dunga, é impossível jogar Kaká e Ronaldinho no mesmo time. Pois bem, como existem inúmeras opiniões, deixarei aqui a minha. Quem sabe Dunga não dá uma lidinha e me convida para ser um de seus assistentes...

De acordo com Tostão, se ele fosse treinador da seleção brasileira, na situação atual, escalaria o time com um volante de contenção (Gilberto Silva ou Felipe Melo), Zé Roberto, Daniel Alves, Káká, Robinho e Luís Fabiano. Sendo Ronaldinho o reserva imediato de Kaká e Robinho. Já seria melhor do que a seleção de Dunga, porém acredito que para funcionar um meio campo com Zé Roberto, Daniel e Kaká, teríamos que ter um outro frente de zaga e não Gilberto Silva (atualmente o Thiago Motta). E ainda melhor seria, nessa situação, jogar com Ronaldinho ou Alex no lugar de Kaká. Como eu não deixaria Kaká no banco, sendo eu o treinador da seleção, esta seria a lista de convocados:

Goleiros:

Júlio César seria o titular. Acho que aqui ninguém discorda. Vítor (Grêmio) e Fábio (Cruzeiro), os suplentes.

Zagueiros:

Lúcio e Juan seriam os títulares, e Tiago Silva e Miranda os suplentes. Acho que vou de acordo com a maioria.

Lateral Direito:

Maicon e Daniel Alves, sendo Maicon o titular. Muitos me perguntarão por quê. E eu responderei: porque lateral tem que ser antes de tudo, zagueiro. Maicon defende melhor, ganha de cabeça (e metade dos gols sofridos pelo Brasil são de jogadas aéreas) e tem melhor posicionamento tático. E muitos me dirão que Maicon, comparado com Daniel, é um grosso. E eu responderei: estás muito enganado, amigo. Maicon faz gols, chega sempre à linha de fundo e cria inúmeras jogadas. É certo que Maicon nunca jogaria no meio de campo, coisa que Daniel faria com certa facilidade, mas a posição em questão é a de lateral e não de ala.

Lateral Esquerdo:

Aqui cabe muito debate, mas, pelas partidas que venho acompanhando, convocaria o veterano Gilberto e o Marcelo, do Real Madrid. Gilberto, estando bem fisicamente seria o titular. Outra possibilidade seria jogar com Daniel Alves na esquerda.

Volantes:

Thiago Motta (Internazionale) e Lucas (Liverpool), seriam os titulares. Hernanes e Íbson os suplentes. Cabe ainda a lembrança de Zé Roberto e Fábio Simplício. Digo e reitero, volante tem que saber marcar e ter um bom passe. Ao colocar no meio de campo jogadores que não conseguem sair com a bola, sobra jogar no contra-ataque. E, para mim, o Brasil nunca deveria jogar, como princípio, no contra-ataque. É muito pouco para o Brasil. Deixemos isso para os EUA ou o Paraguai. Talvez eu seja a única pessoa a defender a convocação de Thiago Motta para a seleção, mas nunca foi certo que ser o único a pensar algo signifique que este pensamento seja enganoso. Thiago Motta é, para mim, incomparavelmente melhor que Gilberto Silva e Felipe Melo. Outro esquecido de todos é o Íbson, que para mim, poderia entrar em algumas partidas, tanto no lugar de um meia (quando o treinador pense em segurar o jogo), quanto de um dos volantes (quando a intenção seja avançar a equipe). Caso exista a necessidade de uma retranca maior, Thiago Silva pode fazer a função que hoje faz Gilberto Silva.

Meias: Káká e Alex (Fenerbahçe), seriam os titulares, e Ronaldinho e Alex (CSKA, Internacional) os suplentes. Se eu fosse treinador, começaria as partidas com dois volantes e dois meias. Alex e Káká formam uma bela dupla, aliando a elegância de Alex com a objetividade inigualável de Kaká. Tendo dois volantes bons de passe e uma marcação no campo do adversário, poderíamos formar uma das melhores seleções da história. Alex (Fenerbahçe) é, talvez, o jogador mais injustiçado do futebol brasileiro. Mesmo sendo considerado o melhor jogador das Américas, o melhor jogador do campeonato brasileiro e do campeonato turco por diversas vezes, nunca disputou uma Copa do Mundo. E tudo porque um tal Galvão Bueno inventou, arbitrariamente, que Alex não jogava bem na Seleção. Um verdadeiro absurdo. Recordo-me que, em 2004, depois da fantástica campanha do Cruzeiro e da grande Copa América que Alex ganhou jogando como titular e jogador-referência, partiu para a Turquia. Antes havia perguntado ao senhor Parreira se este, como treinador que foi de um time turco, continuaria a acompanhar o seu desempenho. O que Parreira assegurou. Ocorre que, mesmo sendo considerado por dois anos seguidos o melhor jogador do campeonato turco, Parreira o deixa de fora da Copa de 2006. E ninguém, exceto Tostão, questionou aquela lista. Agora, Alex segue em grande forma, com 32 anos e uma média de 1 gol ou 1 assitência por jogo. Quanto à Alex (CSKA), tem grande velocidade e um jogo muito parecido com o de Kaká.

Atacantes:

Robinho, Nilmar, Luís Fabiano e Adriano. Estando Adriano e Luís Fabiano em boa forma, prefiro Adriano. Adriano oferece mais perigo à defesa adversária. É um dos melhores cabeceadores do mundo, além de ser mais forte que 95 por cento dos zagueiros. E físico, no futebol, é também uma vantagem. Defende melhor do que Luís Fabiano e é mais veloz. Estando Robinho e Nilmar em boa forma, prefiro Robinho. Robinho é, hoje, o quase craque. Um atacante que se movimenta bem, se desmarca, dribla, mas não conseguiu aprender, ainda, a fazer gols. Seria um Bebeto com mais físico e drible e menos passe e gol. Mas quem sabe esta vinda para o Santos não o ajude a aprimorar o faro goleador. Mesmo convocando Ronaldinho para o meio de campo, se eu fosse Dunga, armaria o ataque com Ronaldinho e Adriano. Defendo que, assim como aconteceu com Rivaldo, a melhor posição para Ronaldinho é no ataque, onde a proximidade do gol adversário faz com que sua incomparável técnica se torne letal. Caso ele não consiga fazer essa função, entraria com Robinho, que se movimenta muito bem em campo, e Adriano, que seria o centroavante de referência no ataque. Caberia, ainda, dependendo do jogo, imaginar uma variação com Robinho e Ronaldinho.

As principais variações no decorrer da partida seriam a entrada de Daniel Alves, ou no meio ou na lateral, a entra de Íbson no meio de campo e a de Robinho no lugar de qualquer atacante que não esteja bem.

Então seu Dunga, dê uma espiadinha nesse meu pitaco. Ainda dá tempo para o senhor organizar a nossa Seleção.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dunga. O Incoerente.

A seleção brasileira, sob o comando de Dunga, se caracteriza pela força física. Basta notar que seremos a primeira ou segunda seleção mais alta da copa. O nosso meio campo (Gilberto Silva, Felipe Melo e Ramires) tem escassa qualidade técnica e muito poder de marcação. Kaká é um meia-atacante e não propriamente um centrocampista, e tem como ponto forte a condução da bola em alta velocidade. Não temos um Ballack, um Pirlo, um Xavi ou um Juninho Pernambucano convocados pelo nosso selecionador. Dizem as más línguas que futebol se ganha com o meio de campo. Caso o Brasil ganhe esta Copa, Dunga estará iniciando uma nova maneira de entender o futebol. Está claro que temos um dos melhores combinados que participarão desta Copa. Contamos com o melhor goleiro e a melhor dupla de zaga dentre as 32 seleções, além de outros dois excelentes zagueiros na reserva. Temos os dois melhores laterais direitos do mundo. Teremos um ou dois meia-atacantes que figuram entre os cinco melhores da atualidade (caso Dunga dê o braço a torcer e convoque Ronaldinho). E ainda contaremos com quatro bons atacantes. Mas será que isto basta para que Dunga abdique de contar com bons volantes...
Quando questionado há alguns meses do motivo de não convocar Ronaldinho para os jogos da seleção, Dunga foi taxativo: futebol é momento e Ronaldinho não vinha atravessando um bom momento. Dunga sentia-se obrigado a chamar sempre os jogadores que, naquele momento, estivessem em melhor forma. Mas, me pergundo, quais serão os motivos que levam o Dunga a convocar meia seleção que não vem atuando bem nos seus clubes e não convocar Ronaldinho, sequer para a reserva. Júlio Baptista amarga uma temporada inteira na reserva da Roma. Elano, joga pouco e em um time mediano. Felipe Melo vem oscilando entre péssimas e medianas apresentações. Doni é reserva na Roma, e de um brasileiro. E nem vou falar do medíocre Josué, que vem jogando e sendo regular no Wolfsburg, mas que não tem, para mim, condição nenhuma de jogar pelo Brasil. E do ainda garoto Ramires, que poderá se transformar em um bom volante daqui a quatro anos.
Se futebol é momento senhor Dunga, você está obrigado a convocar Ronaldinho.