É impossível dizer que Itália e Alemanha não tem chances de levar a Copa. Assim como o Brasil, a camisa pesa e intimida os adversários, contudo, acredito que nesta edição as sempre favoritas Alemanha e Itália terão menores chances.
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A Itália sempre se consagrou por ter uma excelente defesa e um jogo de contra-ataques. Porém, apesar de optar por jogar na retranca, a Azzurra sempre contou com ótimos jogadores no ataque. Na passada, contava com um dos melhores atacantes do mundo, Francesco Totti e o grandalhão, mas eficiente, Luca Toni. No meio de campo estava um dos melhores volantes da Copa, o elegante Pirlo. E isto já era o suficiente para credenciá-la. Ocorre que nesta copa, a Itália não contará com nenhum grande atacante, como foram Totti ou Baggio. Pirlo, que continua bem, vem de uma temporada mediana, com muitas lesões. E atrás, Canavaro e Bufon tiveram alguns problemas e estão ligeiramente envelhecidos. A idade, para mim, nunca foi um problema, ainda mais em um torneio tão curto quanto um mundial. O pior é mesmo a ausência de um fora de série no ataque. Por outro lado, a Itália deverá fazer algo quase inacreditável para uma seleção italiana; jogar sem um cabeça de área exclusivamente defensivo. Por contar com muitos e bons volantes, como De Rossi, Marchisio, Aquilani, Perrota e Pirlo, e por não contar com Gatuso em boa fase, a Itália pode ter um meio de campo sem brilho, mas equilibrado, onde todos podem surpreender. Falta o craque, é verdade, e isso faz com que a Itália não figure em minha lista de seis favoritas, porém a Itália pode montar um time que dificilmente levará gols, como de costume, e que toque bem a bola no meio de campo, o que é novidade. Sem Totti, a Itália precisa contar com uma repentina inspiração de Gilardino e da mobilidade do jovem Rossi. Já veremos o que vem por aí.
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Quanto a Alemanha, a perspectiva é menos otimista. Estamos acostumados a ver na Alemanha grandes jogadores. Raramente aparece um meia habilidoso, mas futebol não se resume a habilidade, é um esporte muito mais complexo. Porém esta Alemanha está carente de jogadores talentosos no gol, na defesa, no meio e no ataque. Ballack é, para mim, o melhor volante da atualidade. Marca bem, tem um bom passe, arremata de longa distância e costuma deixar o sangue em campo, mas é, talvez, o único bom jogador da Alemanha. Desde a aposentadoria de Kahn, não apareceu nenhum bom goleiro. Tampouco contará com um excelente zagueiro. Lahn é um lateral razoável, que tem velocidade e pode surpreender em determinadas jogadas, e no ataque a Alemanha não contará com um jogador em grande forma. Klose, que sempre foi mais aplicado do que talentoso, vive a pior fase da carreira, amargando a reserva no Bayern e brigado com o gol (apenas 3 em toda temporada). Podolski não passou de promessa e o mais provável é que a Alemanha conte com os serviços do brasileiro Cacau. Mas se a Alemanha é tão ruim assim, o que faz com que tenha alguma chance de vencer... Além do peso da camisa, a inusitada vocação atacante do seu meio de campo. Assim como o Bayern, a Alemanha jogará com três volantes de talha ofensiva; Ballack, Schweinsteiger e a jovem promessa Mesut Ozil, e três atacantes, possivelmente Mário Gomez, Podolski e Cacau. Veremos se a idéia pega e Dunga decide sentar Gilberto Silva, excelente 'zagueiro', no banco.
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Itália e Alemanha, tradicionais seleções, entram descacreditadas nesse mundial, mas quem sabe o bom toque de bola no meio de campo não trás a tona o melhor dos medianos atacantes europeus.
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