A Inglaterra é, para mim, a maior decepção da Copa. Um bom psicólogo precisa desembarcar na concentração inglesa. O time é bom e, ao contrário da França, está bem treinado. Tem jogadores talentosos e uma forte marcação. Rooney é um dos melhores centro-avantes em atividade. Tudo isso parece corroborar com a idéia de que terminar em primeiro do grupo não é mais do que a obrigação. Mas parece que o clima sulafricano, a comida ou o sentimento de culpa por ter explorado durante séculos o probre continente está fazendo com que bons jogadores errem fundamentos simples.
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Gerrard, o melhor volante da atualidade, erra passes infantis, deixa que lhe tirem a bola como de uma criança e chuta tão mal quanto Robinho. Todos nós sabemos que os chutes de fora da área de Gerrard são mais letais do que um pênalti batido por Felipe Melo. Lampard, mais recuado que o companheiro, também não joga bem. Até o momento nenhum chute dentro do gol. E Rooney, mais vigoroso e impetuoso que o próprio Lúcio, não entra em nenhuma dividida, dando sinais de que, ou está lesionado ou a minha teoria do sentimento de culpa está correta.
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Algo de inexplicável passa com a Inglaterra. Ninguém esperava que a Inglaterra jogasse bonito, pois nenhuma equipe de Capelo joga assim, mas todos estávamos esperando que fosse convincente em cada jogo.
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As únicas críticas que posso fazer ao treinador agora são, primeiro, a ausência de Joe Cole em detrimento do jovem Lennon, e segundo, a eleição de Emile Heskey como companheiro de Rooney. É certo que a Inglaterra carece de bons atacantes, mas eu optaria pelo esquisito Peter Crouch, que pode fazer bem o pivô e dar opções para os cruzamentos. Outra possibilidade seria a entrada de Joe Cole por uma banda, passando a Inglaterra a atuar com dois pontas abertos em cada lado.
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No último jogo a Argélia não fez uma brilhante partida, apesar de trocar bem os passes. Ao longo do segundo tempo, Capelo fez as alterações que devia. Em suma, a culpa pelo empate foi, exclusivamente, dos jogadores ingleses. É preciso acordar, pois nunca a Inglaterra chegou com tantas possibilidades de vencer uma Copa como agora, nem mesmo em 66 quando levantou o trofeu.
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